O AgriHub Conecta identificou e analisou os desafios enfrentados pelos produtores rurais em Mato Grosso revelando insights importantes sobre as áreas que demandam atenção e inovação. A maior parte dos desafios está relacionada à gestão (15,2%) e à mão de obra (13,8%), indicando uma necessidade significativa de melhorar as práticas gerenciais e a qualificação dos trabalhadores rurais.
Questões relacionadas ao mercado agrícola e a legislação também aparecem com destaque, refletindo a complexidade das operações agrícolas e a necessidade de conformidade regulatória. Isso sugere que melhorias internas nas propriedades, como gestão de recursos e processos operacionais, são áreas prioritáriaspara inovação. Além disso, a produção agropecuária é a mais representativa (67,7%), seguida pela agricultura (22,6%) e pela pecuária (9,7%). Essa diversificação das atividades no estado sublinha a importância de soluções que atendam a múltiplas áreas de produção.
Finalmente, a categoria de desafio mais recorrente está relacionada à tecnologia (58,5%), indicando uma grande demanda por inovações tecnológicas no setor. Questões de infraestrutura também são significativas (30,0%), apontando para a necessidade de melhorias na conectividade, energia elétrica e outras infraestruturas críticas.
“Esses dados fornecem uma visão abrangente dos desafios enfrentados, destacando áreas prioritárias para intervenção e oportunidades para o desenvolvimento de soluções inovadoras”, destaca trecho do O AgriHub Conecta que produziu um relatório que traz o mapeamento de mais de 200 desafios enfrentados por produtores em oito municípios de Mato Grosso, por meio do Dia da Inovação Aplicada.
O AgriHub atua diretamente nas necessidades reais dos produtores mato-grossenses, contribuindo para alavancar a adoção de tecnologias que podem transformar a produção agrícola.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES FUTURAS – Embora o projeto AgriHub Conecta tenha alcançado muitos de seus objetivos e proporcionado impactos positivos significativos, ele também encontrou uma série de desafios que precisam ser abordados para garantir a continuidade e a expansão das iniciativas de inovação no agronegócio. “Nós identificamos que muitos desafios relacionados à operação agropecuária eram de infraestrutura, mesmo assim, quisemos abrir essa caixinha e buscar no mercado as empresas de tecnologia que poderiam resolver esses problemas, pois eles são a base para o futuro da digitalização e profissionalização do agronegócio brasileiro.
Como explica o superintendente do Agrihub, Paulo Ozaki, Agrihub é mais que uma rede agritech, é uma rede de inovação em agricultura e pecuária, com propósito de integrar tecnologia, pessoas, processos e o campo. “Na prática, identificamos as necessidades dos produtores rurais e, por meio de uma conexão dinâmica e integrada com startups, mentores, empresas de tecnologia, pesquisadores e investidores, apoiamos o desenvolvimento de soluções que fomentam o futuro do agronegócio brasileiro”.
E nesse mapeamento, como pontua Ozaki, muitos produtores rurais ainda demonstram resistência à adoção de novas tecnologias devido a fatores culturais e à falta de familiaridade com as inovações, principalmente as digitais.
CAPACITAÇÃO DIGITAL INSUFICIENTE – A necessidade contínua de capacitação e treinamento para garantir que os produtores e trabalhadores rurais possam utilizar eficazmente as novas tecnologias digitais. A falta de mão de obra qualificada e de um bom atendimento pós-venda dos produtos ou serviços acaba aumentando o distanciamento entre o uso das novas tecnologias e a digitalização do campo criando um gargalo no campo.
DESCONHECIMENTO – O produtor rural ainda não entende a importância de ser dono dos próprios dados e como usá-los para tomar as melhores decisões e diminuir o trabalho no campo e os custos de produção.
CONECTIVIDADE E ENERGIA ELÉTRICA – A falta de infraestrutura adequada de conectividade e energia elétrica em toda a propriedade rural dificulta a adoção de tecnologias digitais e limita o acesso às informações e ao uso das ferramentas online. Além disso, os custos elevados para estabelecer uma infraestrutura de conectividade e energia robusta no campo representam um obstáculo significativo para adoção de novas tecnologias.
OPORTUNIDADES – As áreas de oportunidade para investidores e produtores em termos de adoção de novas tecnologias no agronegócio de Mato Grosso podem ser identificadas a partir dos perfis das startups e das necessidades do setor:
Para Produtores/Conectividade e Digitalização – Adotar soluções que melhorem a conectividade no campo, como redes de comunicação rural e plataformas digitais. Isso permitirá o acesso a ferramentas de gestão em tempo real e à integração de novas tecnologias em suas operações.
Automação e Monitoramento – A automação permite uma produção mais consistente e de alta qualidade, ao mesmo tempo em que reduz a dependência de mão de obra. Implementar sistemas de automação, como irrigação automatizada e monitoramento remoto de culturas e gado. Tais tecnologias ajudam a otimizar o uso de recursos e a melhorar a eficiência operacional.
Tecnologias de Rastreabilidade – Utilizar tecnologias de rastreabilidade que garantam a origem e a qualidade dos produtos agrícolas. Isso não só aumenta a transparência, mas também abre portas para mercados premium e exportação. “A rastreabilidade está se tornando uma exigência no mercado global e produtores que adotam essas tecnologias podem se diferenciar e conquistar novos mercados. Com a pressão crescente por práticas sustentáveis, produtores que adotam essas soluções não só melhoram a sua competitividade, mas também contribuem para a preservação do meio ambiente”, pontua Ozaki.
Oportunidades para o ecossistema de inovação – As startups selecionadas trouxeram uma nova perspectiva e soluções inovadoras para os problemas enfrentados pelos produtores rurais. “Porém, ainda enfrentamos muitos desafios para incentivar o desenvolvimento de empresas que atendam pequenos e médios produtores rurais. Seja pelo modelo de negócio que considera apenas a relação comercial de reais por hectare, e não a unidade do produtor rural ou a sua produção, seja pela procura de incentivos financeiros que está na mesa de grandes corporações que só pensam na escalabilidade dos produtos digitais ou nos fundos de investimento de risco, que não querem correr risco ao financiar uma nova empresa. Na nossa busca, ficou claro que temos muitas oportunidades de negócio para os empreendedores que querem entrar no setor agro do Brasil e que não sabem por onde começar: comece pelos problemas reais dos produtores rurais”, adverte Ozaki.
Logística e Armazenamento – Financiar soluções que otimizem a cadeia de suprimentos, desde o transporte de insumos e produtos até o armazenamento e classificação de grãos. Inovações que melhoram a eficiência logística, como plataformas digitais para gestão de frotas, infraestrutura de armazenamento, e tecnologias que auxiliem na classificação de grãos têm grande potencial de crescimento.
Integração e Automação de Sistemas – Com a crescente complexidade das operações agrícolas e o uso de diversas plataformas de monitoramento da produção, há uma necessidade urgente de soluções que melhorem a gestão integrada e simplifiquem a tomada de decisão. Apoiar startups que desenvolvem softwares de gestão integrada para propriedades rurais, incluindo a automação de processos operacionais, pode transformar a forma como as fazendas são geridas, aumentando a eficiência e reduzindo custos operacionais, preenchendo principalmente o desafio com mão de obra qualificada.
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