Dados do projeto Clima e Campo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que o janeiro foi marcado por um elevado volume de chuvas em praticamente todo o estado.
Para os próximos 15 dias, as previsões indicam a ocorrência de grandes volumes de precipitação em todas as regiões do estado. Os maiores volumes são esperados nas regiões noroeste, médio-norte, oeste, nordeste e norte. Bons volumes também são esperados em partes da região sudeste. A região centro-sul, deve receber menores volumes de precipitação. Neste momento, a atenção recai sobre os manejos iniciais necessários para as lavouras de segunda safra, além da colheita das lavouras de soja, a qual deverá ganhar maior ritmo nos períodos de ausência das chuvas.
“Embora essas precipitações sejam benéficas para as lavouras de soja que se encontram na fase de enchimento de grãos, também causam o apodrecimento de grãos já prontos para a colheita, o que resulta em um aumento no índice de grãos avariados e impacta negativamente a rentabilidade dos produtores rurais. Esse cenário tem impactado negativamente o ritmo da colheita da soja, que alcançou 12,20% na última semana, percentual inferior à média dos últimos cinco anos e ao registrado na safra anterior, para o mesmo período do ano”, explicam os analistas do Imea.
Como consequência, a semeadura da segunda safra, tanto de milho quanto de algodão, apresenta um ritmo lento. Já há indícios de que parte dessas lavouras serão semeadas fora da janela ideal de plantio, o que eleva o risco climático, desta vez, pela falta de chuvas.
A região centro-sul apresenta o menor volume de precipitação acumulada, seguindo a normalidade. O mais recente relatório do NOAA sobre o ENSO aponta que a probabilidade de ocorrência do fenômeno La Niña deve predominar até o mês de março, dando lugar a uma condição de neutralidade climática nos meses subsequentes. “A ocorrência de volumes elevados de chuva é uma característica típica do fenômeno La Niña, e neste momento, ela favorece o desenvolvimento inicial das lavouras da segunda safra. Contudo, a principal atenção deve ser voltada para o período de corte das chuvas, já que este terá grande impacto no potencial produtivo das lavouras dessa safra, em especial, aquelas semeadas fora o calendário ideal de plantio”.
A probabilidade de ocorrência do fenômeno El Niño aumenta a partir de abril, período que, historicamente, marca o término da estação chuvosa na maioria das regiões do estado. Precipitações pontuais podem continuar ocorrendo, embora que em pequenos volumes, até os meses de maio e junho, o que está em conformidade com a normalidade histórica.
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