A colheita do milho segunda safra, em Mato Grosso, está atrasada em relação ao histórico da cultura, tanto na comparação contra o ciclo anterior, bem como na média dos últimos cinco anos. Dados atualizados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que dos mais de 7,42 milhões de hectares cultivados na temporada 2022/23, pouco mais de 19% estavam colhidos até a última sexta-feira (23). Em igual momento do ano passado quase 36% do cereal já havia sido extraído.
A colheita em Mato Grosso teve início no dia 19 de maio e naquele momento se mostrava antecipada em relação ao histórico do Imea. No entanto, pouco mais de um mês depois, os trabalhos a campo registram um atraso de 16,47 pontos percentuais (p.p.), mesmo que a colheita tenha avançado 10,89 p.p. sobre a semana anterior. A colheita ainda não atingiu o pico no Estado.
“Apesar desse incremento semanal, a colheita está atrasada em Mato Grosso quando comparada com o mesmo período da safra 2021/22. Em contrapartida, as perspectivas das lavouras, segundo informantes, são boas na parte do Estado. Para se ter uma ideia, o rendimento das áreas colhidas nesta última semana (17/06 a 23/06) ficou na média de 126,22 sc/ha. Vale destacar que é comum que nos primeiros talhões as produtividades apresentem níveis superiores que os demais”, avaliam os analistas do Imea.
Em relação às regiões, as que estão mais adiantadas são: médio norte, com 27,34%, norte, com 24,30% e noroeste, com 15%.
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Ainda conforme o Imea, os produtores mato-grossenses devem se atentar aos riscos de incêndios acidentais devido às altas temperaturas e a intensificação da colheita no Estado nas próximas semanas.
ESTADOS UNIDOS – Segundo o relatório divulgado pelo USDA, no dia 26, a semeadura de milho nos Estados Unidos, safra 2023/24, atingiu 100% do total esperado das áreas, um avanço semanal de 4 p.p. No que se refere às condições das lavouras, cerca de 50% da área plantada apresenta um percentual de boas e excelentes, mas houve uma redução de 5 p.p. ante a semana anterior em função dos menores níveis de chuva nas últimas semanas.
Além disso, segundo as previsões publicadas pelo NOAA (15), estima-se que para os próximos 30 dias acontecerá uma redução mais expressiva nas precipitações em grande parte do “Cinturão do Milho” nos Estados Unidos, o que pode influenciar nos rendimentos das lavouras. Em função disso, a CME-Group contrato corrente exibiu uma alta de 5,06% ante a semana passada, ficando em US$ 6,52/bushel – padrão de medida norte-americano que equivale a 27,21 quilos – e pode aumentar ainda mais se as previsões do NOAA se consolidarem.