Após a confirmação de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) – conhecida como ‘mal da vaca louca’ -, em frigoríficos de Minas Gerais e de Mato Grosso, o Ministério da Agricultura suspendeu no início desse mês as exportações de carne bovina à China. A medida, o auto embargo, atende ao protocolo sanitário entre os dois países, quando da confirmação da doença.
Com a medida decretada pelo Mapa e após a conclusão da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de que os casos não representarem risco para a produção bovina do Brasil, a cadeia da carne acredita que a sanção imposta pelo próprio governo brasileiro não durará tempo suficiente de chegar ao ponto de travar o mercado da commodity e tão pouco, inverter tendências de manutenção de alta dos preços da arroba, já que o segmento vivencia a entressafra.
A suspensão temporária de exportação de carne para a China segue protocolos sanitários estabelecidos entre os dois países e, segundo o ministério, “se dará até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas sobre os casos”. Entidades ligadas a pecuaristas, como a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), defendem que esses protocolos sejam revistos e que prevaleçam as regras da OIE.
Depois de três meses seguidos de quedas no volume das exportações totais de carne bovina (in natura + processada), a movimentação do produto voltou a crescer e subiu 11% em agosto. Na receita, o aumento foi de 56%. Com isso, pela primeira vez na história desse mercado, o país ultrapassou a barreira das 200 mil toneladas exportadas num único mês: foram 211.850 toneladas.
A receita cambial proporcionada aumentou o também recorde mensal de julho último de US$ 1,010 bilhão para US$ 1,175 bilhão. Em agosto de 2020, a movimentação foi de 191.141 toneladas e a receita de US$ 753,1 milhões. No acumulado do ano até agosto, as exportações totais ainda caem 1% em relação a 2020, mas a receita subiu 15%.
Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), a China mais Hong Kong continuam sendo o principal destino da carne bovina brasileira respondendo por 59% da receita e volume exportado.
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