O ano de 2018 foi muito positivo para o Brasil com a briga comercial entre Estados Unidos e China. Com o conflito entre as duas potencias econômicas, o Brasil vendeu mais soja ao mercado chinês. Só que a conta pode ser alta para os exportadores brasileiros de commodities agropecuárias se os dois países se aproximarem.
E isso pode acontecer caso um acordo seja fechado entre os dois países.
Segundo estimativa da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), feita com base nas negociações entre EUA e China que estão em curso, a perda em potencial — ou seja, o que os brasileiros poderão deixar de vender ao mercado chinês — seria de cerca de US$ 30 bilhões, incluindo soja, carnes, açúcar, etanol e outros produtos do agronegócio.
Pesa contra o Brasil o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter feito várias ressalvas às relações coma China, antes de tomar posse. Uma reaproximação com Pequim está prevista para o segundo semestre deste ano, coma visita de Bolsonaro ao país asiático.
O Brasil pode ser obrigado a buscar novos parceiros e, como consequência, esses futuros compradores forçarem uma queda de preços. Isto porque estarão cientes de que os exportadores brasileiros precisarão desovar seus produtos no mercado internacional.
Ano passado, foram exportados 86% da produção brasileira de soja aos chineses. O mercado ainda está muito concentrado. É mais um motivo para a necessidade de abertura de novos mercados.