Mato Grosso segue absoluto na produção de etanol de milho. Para o ciclo 2022/23, o Estado deve se superar novamente sua série histórica e registrar novo recorde ao ofertar mais de 3,33 bilhões de litros. Considerando a cana-de-açúcar e o cereal, a produção de biocombustível também rompe volume histórico e deve contabilizar a produção de 4,33 bilhões litros. Mais uma vez, a safra sucroenergética mato-grossense mantém tradição em ser ‘alcooleira’ e não ‘açucareira’.
Esses e outros dados integram o terceiro levantamento da safra 2022/23 de cana-de-açúcar, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em relação à safra de cana, a área deverá registrar incremento anual de 2,2%, atingindo 199 mil hectares, superfície que deve gerar produção de 15,54 mil toneladas (t). Dessa cana deverão ser produzidas 495 mil toneladas de açúcar – 1,8% a mais que na safra anterior – e 1 bilhão de litros de etanol, sendo a maior parte – 618 milhões de litros – de etanol hidratado. A estimativa de produção do biocombustível, se confirmada, será cerca de 6% inferior ao registrado no ciclo passado.
Na mensuração do mercado de etanol nacional, a Conab também avalia o milho, que passou a ser matéria-prima na produção de etanol. Nessa matéria-prima, Mato Grosso lidera a produção de etanol no País e no novo ciclo deve somar 3,33 bilhões de litros, 11,9% acima dos mais de 2,98 bilhões de litros da temporada 2021/22.
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É a soma do etanol, originado a partir dessas duas matrizes, que aponta para uma produção global de 4,33 bilhões de litros em Mato Grosso, para 2023.
Para o Brasil, a Conab traz uma estimativa de produção de 598,3 milhões de toneladas, um crescimento de 4,4% sobre o segundo levantamento da safra sucroenergética, anunciado em agosto deste ano. O acréscimo foi motivado por ajustes na área colhida e produtividade obtida, principalmente no estado de São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil.
De acordo com o levantamento, a área de colheita também foi ajustada em cerca de 2,2% em relação aos dados apurados anteriormente, alcançando 8,3 milhões de hectares. Esta safra foi marcada por índices pluviométricos e temperaturas abaixo do normal, registradas na região Centro-Sul, que representa cerca de 90,2% da produção total do país. Ainda assim, a produtividade nacional está estimada em 72.026 kg/ha, 3,9% superior à obtida na temporada 2021/22, quando o clima foi ainda mais adverso para o setor.