A estimativa para a safra 2022/23, em Mato Grosso, aponta para mais recorde anual de produção: 90,89 milhões toneladas (t), volume que se confirmar, será 5,1% maior que o recorde anterior em 86,48 milhões t. Pelo 12º ano consecutivo, o Estado será o maior produtor nacional de grãos de fibras e neste ciclo irá responder por quase um terço de toda produção brasileira, projetada em 310,9 milhões t.
Ao contrário dos dados apontados pela Conab em dezembro, quando milho e algodão foram destaques, nessa última atualização essas culturas mantiveram dados estáveis, no entanto, houve correção positiva à soja que deve contabilizar 42,53 milhões t, volume que se confirmado será 2,5% maior do que o ciclo anterior quando o Estado colheu 41,49 milhões t. Mesmo com ganho anual da oleaginosa, a safra se encaminha para ofertar mais milho do que soja, no Estado, em 2023.
Esses e outros números constam no quarto levantamento da safra de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) A safra – mais uma vez histórica – tem o algodão e ao milho, como protagonista, são as culturas com as maiores projeções de alta para Mato Grosso: alta anual de 19% e de 7,2%, respectivamente. A soja, carro-chefe do agro mato-grossense, deve aumentar a produção em 2,5%.
Para o algodão estadual, a Conab projeta oferta de 2,10 milhões t, 19% acima das 1,76 milhão t da safra 2021/22.
Para o milho segunda safra, Mato Grosso deverá contabilizar 44,07 milhões t, 7,2% a mais em relação ao consolidado em 41,10 milhões t.
A soja segue com previsão de estabilidade. Os técnicos da Companhia estimam uma oferta de 42,53 milhões t para esta safra, 2,5% sobre os 41,49 milhões t do ciclo anterior.
Leia também: Mato-grossenses demandaram mais de R$ 20 bi em crédito rural para safra 2022/23
Para o País, a produção de grãos na safra 2022/23 no país está estimada em 310,9 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume representa um incremento de 14,5%, ou seja, 39,3 milhões de toneladas a mais a serem colhidas do que na temporada passada. Com relação à estimativa anterior, divulgada em dezembro, quando foram projetadas 312,2 milhões de toneladas, os dados mostram um ajuste no volume total produzido, por influência do clima adverso em algumas regiões produtoras, em especial no Rio Grande do Sul, impactando a produtividade principalmente de milho e soja.
“O início da semeadura sofreu um leve atraso, influenciado pelo excesso de chuvas e baixas temperaturas em parte dos estados das regiões Sul e Sudeste. Houve também restrições hídricas, aliadas à baixa umidade do solo em parte da região Centro-Oeste e no Matopiba, mas o plantio foi finalizado dentro do calendário agrícola”, destaca a superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Candice Romero Santos.
Principal produto cultivado no país, a soja está com o plantio próximo da conclusão, com expectativa de produção para a oleaginosa em 152,7 milhões de toneladas, 22,2% superior à da safra 2021/22. O desenvolvimento das lavouras é considerado satisfatório em grande parte das regiões, com precipitações ocorrendo em bom volume e periodicidade. “Porém, principalmente no Rio Grande do Sul, a má distribuição das chuvas, tanto em volume como em regularidade, afeta o potencial das lavouras na maioria das regiões. Já em Mato Grosso, as chuvas volumosas e abrangentes nas principais regiões produtoras favoreceram o desenvolvimento das lavouras no maior Estado produtor do grão”, reforça o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.
O plantio do milho primeira safra também entra na reta final, restando apenas áreas no Rio Grande do Sul e no Matopiba para concluírem as operações. As condições climáticas variaram nas regiões produtoras, com excesso de precipitações em Goiás e Minas Gerais, e baixos volumes ou mesmo ausência de chuvas no Maranhão e no Sul do Brasil. A produção prevista para este ciclo é de 26, 46 milhões de toneladas, 5,7% superior ao obtido na temporada passada.