A safra 2021/22 de milho, em Mato Grosso, será mais cara em relação ao ciclo passado. Conforme dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a variação anual já está em 30,92%, visto que o custeio (COE) do cereal para a temporada foi consolidado em R$ 3.381,94 por hectare plantado (ha).
Esse incremento, como pontuam os analistas do Imea, foi pautado, principalmente, pela alta nos insumos utilizados na cultura, que apresentaram uma valorização de 38,81% ante a safra passada. Dentre os insumos, os fertilizantes e corretivos foram os principais responsáveis pela alta, com uma elevação de 58,85% ante a temporada 20/21. “Cabe destacar que esta alta está atrelada à valorização que a moeda norte-americana que atingiu em cheio os insumos no decorrer dos meses de 2021. Com isso, o foco do acompanhamento do custo de produção do milho passa a ser para a temporada 2022/23 e diante disso é importante que o produtor acompanhe as variações dos insumos e negocie ao longo do ano, sempre travando na mesma moeda, a fim de tentar se proteger desse cenário de elevação dos dispêndios”, orientam.
Até o último dia 20, quase 10% da área estimada ao milho segunda safra estavam semeadas no Estado, ritmo inédito para o período. No mesmo momento do ano passado, por exemplo, pouco mais de 1% estava semeado. A região mais adiantada é a médio norte com cerca de 15% da área coberta com o cereal. Essa porção mato-grossense serve de termômetro para o andamento da safrinha porque destina a maior área cultivável ao milho, no Estado.
VEJA AQUI MAIS NOTÍCIAS DE AGRONEGÓCIO E INDÚSTRIA
PROJEÇÕES – De acordo com a divulgação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção esperada para o milho 2021/22 no Brasil apresentou uma redução de 3,65% ante a previsão de dezembro do ano passado, sendo estimada em 112,90 milhões de toneladas. Esta redução foi pautada, exclusivamente, pelo milho primeira safra, que vem sendo afetado por baixos índices pluviométricos em algumas regiões produtoras e tendo o desenvolvimento prejudicado. Nesse sentido o sul do país, que tem como foco a primeira safra, foi o mais afetado pela estiagem, principalmente o Rio Grande do Sul, onde a expectativa é que os produtores colham 61,38 sacas por hectare (sc/ha) contra 119,08 sc/ha estimadas em dezembro.
“Dessa forma, houve uma redução na oferta esperada à região, o que vem impactando as cotações do milho na Bolsa B3, cotações essas que chegaram a atingir R$ 100/sc no dia 19 janeiro. Esse cenário tende a forçar os demandantes a buscarem milho em outros estados e, diante da baixa oferta do cereal em Mato Grosso, nesse momento de entressafra do milho, os preços no Estado também apresentaram elevação de 6,39% na média da última semana”, observam os analistas do Imea.
Leia também: Semeadura do milho safrinha tem início mais cedo neste ano em relação ao ciclo passado