Segundo resultado publicado nesta terça-feira (28) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mês de junho teve um resultado negativo no mercado de trabalho, mas não tanto como se esperava. No mês passado o Brasil perdeu 10,9 mil vagas formais de trabalho. Devido a crise do coronavírus os especialistas esperavam uma perda maior, de 10 vezes esse número. Por outro lado, Mato Grosso teve saldo positivo, que falaremos na sequência da análise nacional.
Apesar da deterioração de vagas no Brasil não ter sido tão acentuada, o resultado não é animador e nem significa recuperação do emprego, visto que o primeiro semestre deste ano foram fechadas 1,2 milhão de vagas formais, número recorde no país. A taxa oficial do desemprego no Brasil subiu para 12,9%, atingindo 12,7 milhões de pessoas.
A política de apoio do governo no período da pandemia, com a concessão de auxílios, redução de juros e facilitação de crédito contribuiu para o resultado não ser tão catastrófico, mas as medidas são vistas como insustentáveis por um prazo maior, na opinião de muitos economistas, devido ao déficit público que é criado para a manutenção dos programas de apoio à população.
A previsão de recuperação da economia ainda é lenta. No curto prazo, o fim do auxílio emergencial previsto para daqui a dois meses é visto como algo que pode impactar o mercado novamente, pois o emprego não será recuperado em tão curto prazo assim. O final da suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada, flexibilizado durante a pandemia e feito por milhares de empresas deve se encerrar em breve. Caso o setor empresarial não consiga retomar o faturamento, pode haver ainda muitas demissões, após o período de estabilidade do empregado, segundo análise do MT Econômico.
No final de 2020 a previsão é que a taxa de desemprego salte de 12,4% para 16% na opinião de vários especialistas de mercado.
Mato Grosso
Na contramão do país, o estado de Mato Grosso registrou saldo positivo na geração de emprego no mês de junho, totalizando 6.790 novos postos de trabalho, resultado de 27.475 admissões e 20.685 demissões. É o estado que está liderando a criação de empregos no mês de referência da pesquisa do Caged, segundo apurado pelo MT Econômico.
A alta de contratação em Mato Grosso ocorreu em todos os segmentos, sendo 3.014 novos postos na agropecuária, 1.426 na indústria, 986 na construção, 950 no comércio e 414 no ramo de serviços.
No relatório do Caged, Mato Grosso se posicionou em 1º lugar entre os 17 estados que registraram saldo positivo na criação de empregos. Outros 10 estados tiveram saldo negativo.
Estados com melhor desempenho
Mato Grosso (+6.790)
Pará (+4.550)
Goiás (+4.334)
Estados com pior desempenho
Rio de Janeiro (-16.801)
São Paulo (-13.299)
Rio Grande do Sul (-4.851)
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