Dados atualizados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que o alongamento da escala de abate de bovinos pode marcar recorde em maio. A oferta de gado terminado tem estendido essas escalas. O indicador fechou a parcial de maio de 2024 – considerando a movimentação até o dia 24 – em 10,63 dias, o que representa um aumento de 62,54% em relação à média dos últimos 10 anos para o mês de maio, que é de 6,54 dias.
Após um breve encurtamento nos meses de março e abril de 2024, as escalas voltaram a se alongar no estado, intensificando a pressão de baixa sobre os preços do boi gordo. Após atingir a máxima de R$ 214,17 por arroba em 9 de maio de 2024 (máxima para maio de 2024), a oferta da boiada do pasto tem exercido um forte viés de baixa no indicador, encerrando, por exemplo o dia 24, precificado a R$ 203,46 por arroba, uma redução de R$ 10,72 por arroba.
O alongamento nas escalas representa um fator contrário à tendência de alta nos preços, que pode continuar pressionado nas próximas semanas devido ao ajuste na lotação das pastagens nas propriedades. Este cenário sinaliza desafios para os pecuaristas de Mato Grosso, enquanto a oferta de gado terminado continua influenciando o mercado do boi gordo.
CONFINAMENTO – De acordo com dados do Imea, as intenções de confinamento no estado aumentaram 30,57% para a ‘safra’ 2024, quando comparado ao consolidado de 2023.
“Essa alta se deve à redução nos custos da diária confinada, que fechou em R$ 12,21/cab/dia (operacional + alimentar), menor custo nos últimos três anos nos levantamentos realizados em abril. Essa queda foi influenciada, principalmente, pela maior desvalorização nos preços do milho em relação ao boi gordo, fortalecendo a relação de troca (RT) do pecuarista. Outro item que se tornou atrativo para os confinadores foi a retração do custo na aquisição de animais, uma vez que o ágio da @ do boi magro sobre a @ do boi gordo ficou em 7,60%, menor valor nos últimos dez anos para o período. No entanto, a baixa lucratividade e o preço do boi gordo ainda são as principais preocupações entre os entrevistados”, destacam os analistas.