O juiz da 4ª Vara Cível de Rondonópolis, Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento, homologou o plano de recuperação judicial do Grupo Gebert, que é formado pelos produtores rurais Tarcírio Antonio Gebert, Izair Celi Milanesi Gebert, Diego Rafael Gebert e Daiane Rocheli Gebert. Com passivo de R$ 99 milhões, o Grupo obteve aprovação do plano de recuperação judicial na Assembleia Geral de Credores (AGC), com redução do passivo, aumento no prazo para quitação das dívidas e carência de dois anos para início dos pagamentos.
Em menos de um mês, esse é o terceiro grupo com atividades agropecuárias em Mato Grosso, a obter homologação para o plano de recuperação judicial. Somente em junho, a Justiça deu aval à recuperação do Grupo Cella e do Grupo Sperafico.
A consultoria responsável pela recuperação judicial dos produtores destacou que o plano de pagamento foi aprovado por 100% dos credores trabalhistas e credores de Micro Empresa e Empresa de Pequeno Porte, 87,5% dos credores com garantia real e 85,4% dos credores quirografários. Em sua decisão, o magistrado verificou a conformidade dos requisitos legais, nos termos da ata da assembleia e considerou pertinente a homologação do plano de recuperação judicial.
“O plano de recuperação judicial apresentado aparenta ser viável e consistente e não se destaca a presença de qualquer vício que possa invalidar o negócio jurídico. Pela aceitação maciça dos credores das condições propostas pelos recuperandos pressupõe que as mesmas estão condizentes com a capacidade de recuperação e recebimento de créditos, sendo cabível a homologação pelo Judiciário”, diz trecho da decisão.
Leia também: Grupo Cella, de Sorriso (MT) entra em recuperação judicial com dívidas de R$ 327 mi
Para o advogado responsável pelo andamento do processo de recuperação judicial, Gabriel Coelho Cruz e Sousa, a homologação do plano de recuperação prova que a atividade do Grupo Gebert é viável e que passa por dificuldade momentânea, e que agora, com a negociação das dívidas poderá se recuperar financeiramente. “O objetivo da recuperação judicial é dar fôlego e melhorar economicamente a saúde das atividades administradas pela família, bem como honrar os débitos perante os credores, além de manter os empregos gerados na atividade e gerar renda para as famílias”, defendeu Sousa.
HISTÓRIA – O Grupo Gebert começou no ano de 1980, quando Sigefrido Davi Milanesi, adquiriu a fazenda Buriti, com 3.400 hectares, localizada no município de Poxoréo/MT. Em 1986, os produtores Izair e Tarcirio Gebert, a convite de Sigefrido, mudaram-se para a fazenda Buriti e começaram a trabalhar na produção rural, dedicando-se na agricultura e implementando as inovações rurais do negócio familiar.
Com o passar dos anos as atividades se diversificaram, adentrando a agropecuária, destacando a criação de bovinos para corte e ciclo completo da suinocultura, bem como a exploração agrícola, especialmente o cultivo de soja, milho, arroz, feijão e sorgo. Além disso, comércio dos produtos, bem como e beneficiamento e transformação de produtos agrícolas e pecuários e seus implementos, como a fabricação de ração para suinocultura e bovinocultura, peças de reposição, insumos agrícolas.
Quando entrou com o pedido de recuperação judicial, em agosto de 2020, o grupo contava com 60 colaboradores no quadro social da empresa e mantinha atividades no ramo da agricultura, pecuária e suinocultura.
Leia mais: Grupo agro, com forte atuação em MT, entra em recuperação judicial