O projeto Monitoramento de Microindicadores do Estado de Mato Grosso, desenvolvido pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), tendo como realizador o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), surgiu da necessidade de compreender de forma mais aprofundada as atividades agrícolas e socioeconômicas de cada microrregião do estado, foi lançado ontem (16) e já é considerado uma ferramenta estratégica para apoiar o planejamento e a tomada de decisões no setor produtivo rural.
Desde 2020, quando foi iniciado, vem evoluindo e se destacando por unir tecnologia e informação técnica ao cotidiano do campo. O estudo contempla dados sobre produção, uso e ocupação do solo, logística e variáveis socioeconômicas, apoiando diretamente a atuação do Senar-MT na capacitação de produtores, trabalhadores e técnicos rurais, assim como subsidiando entidades do agronegócio e produtores.
Um dos grandes diferenciais do projeto é a incorporação de tecnologias como o georreferenciamento e o sensoriamento remoto, que permitem uma análise territorializada, precisa e atualizada. Com essas ferramentas, é possível identificar áreas com potencial agrícola, acompanhar transformações no uso do solo e monitorar desafios logísticos, contribuindo para tornar o agro mato-grossense mais eficiente, competitivo e sustentável.
Entre os destaques do estudo estão os dados atualizados da safra em Mato Grosso. A área plantada com soja na safra 2024/25 atingiu 12,80 milhões de hectares. Já a cultura do milho ocupou 6,80 milhões de hectares na safra 2023/24. O gergelim também aparece com destaque: Mato Grosso cultivou 475,12 mil hectares no mesmo ciclo, representando expressivos 72% da área nacional destinada à cultura.
O levantamento também identificou cerca de 16 milhões de hectares de pastagens com aptidão agrícola, reforçando o potencial de expansão sustentável da agricultura mato-grossense sem prejudicar a atividade pecuária.
Ainda sobre o uso do solo, os dados mostram que, dos aproximadamente 90,3 milhões de hectares do território de Mato Grosso, cerca de 54,49 milhões de hectares, o que corresponde a 60,35%, são compostos por Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Áreas protegidas/preservadas por produtores rurais, evidenciando a expressiva presença de cobertura vegetal nativa sob diferentes formas de proteção.
A análise da distribuição das classes temáticas de uso revela que 58,72% do território estadual permanece coberto por vegetação nativa. Desse total, 39,13% estão protegidos e preservados em propriedades rurais e 15,55% em Terras Indígenas, evidenciando o equilíbrio entre produção agropecuária e conservação ambiental. As atividades produtivas ocupam 33,84% do estado, divididas entre lavouras e florestas plantadas (14,36%) e pastagens plantadas (19,48%). Os dados evidenciam que o estado de Mato Grosso tem conseguido manter um equilíbrio estratégico entre a preservação ambiental e o desenvolvimento produtivo.
A publicação também traz informações sobre áreas irrigadas por pivôs centrais e monitoramento dos preços de frete e fluxos logísticos, essenciais para identificar gargalos no escoamento da produção e auxiliar na formulação de políticas públicas e ações voltadas à infraestrutura e transporte.
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