A nova temporada da safra mato-grossense de milho pode colocar fim ao ciclo de recordes consecutivos de produção. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) projeta pouco mais de 43,75 milhões de toneladas (t), cerca de 17% inferior ao recorde de 2022/23, quando foram colhidas 52,50 milhões t no estado.
Conforme o Imea, a área de milho para a safra 2023/24, nesta 4° estimativa de produção, apontou retração na área 2,50% em relação ao mês passado, ficando projetada em 7,02 milhões de hectares. Quando comparado com a safra 2022/23, a área para a temporada futura reduziu em 6,27%.
“Esse movimento foi pautado pela desmotivação dos produtores em relação ao cultivo do cereal para a temporada, uma vez que com o atraso nos trabalhos a campo na soja, diminui a janela considerada “ideal” para a semeadura de milho 2° safra no estado. Além disso, a desvalorização no preço comercializado do cereal não cobre o Custo Operacional Efetivo, o que preocupa ainda mais os produtores em relação à rentabilidade negativa”, explicam os analistas.
Já nas regiões, as que mais apresentaram recuo anual foram a nordeste com 8,77%, a norte com 7,96% e a oeste com 6,72%, devido aos produtores migrarem para outras culturas como por exemplo: algodão, sorgo, gergelim e até mesmo culturas de coberturas.
No que tange aos rendimentos, o Imea manteve a projeção do relatório de novembro/23, uma vez que ainda existem fatores que podem impactar no rendimento final da cultura. Com isso, a produção para a temporada 2023/24 de milho em Mato Grosso ficou em 43,75 milhões de toneladas, queda de 2,50% ante ao relatório do mês passado e 16,67% quando comparado com a safra 2022/23.
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DEMANDA – No que se refere à demanda da safra 2022/23, a perspectiva aumentou em 0,28% quando comparado com o relatório anterior ficando em 50,98 milhões t. Esse aumento ante ao relatório anterior foi impulsionado pelo consumo Mato Grosso que subiu 0,38%, em decorrência da ampliação no consumo das usinas de etanol e pelo aumento de 35,20% na projeção para a temporada das aquisições públicas. “Assim, com o reajuste do lado da demanda e manutenção da oferta, o estoque final para a temporada ficou em 1,70 milhão t, 7,73% a menos que no relatório de novembro/23.
“Apesar do recuo mensal, o estoque ainda é o maior de toda a série histórica do Imea. Já para o ciclo 2023/24, a demanda apresentou retração de 1,98% ante ao relatório de novembro/23, fechando em 45,14 milhões t. Essa retração na demanda da safra 2023/24, foi puxada pela menor projeção de exportação para o ciclo futuro, 3,38% a menos do que foi estimado no relatório passado. Esse movimento ocorreu por conta da expectativa da retomada de grandes produtores no mercado mundial, como por exemplo: Estados Unidos, Argentina e Ucrânia. Desta forma, com o reajuste na oferta e demanda da safra 2023/24, o estoque final do ciclo caiu 52,88% ante ao último relatório e ficou projetado em 317,43 mil toneladas”, apontam os analistas do Imea.