Produtor mato-grossense mantém vantagem no mercado internacional com cotação da soja inferior à da CME Group, apontam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). “Diante disso, a cotação da soja em Mato Grosso fechou a média semanal em US$ 8,68/bushel, com valorização de 0,80% em relação à semana anterior”, afirmam os analistas.
Enquanto isso, o preço da soja em Chicago ficou na média de US$ 10,59/bushel, queda de 0,34% no mesmo período. “Dessa forma, mesmo com a valorização no mercado mato-grossense, o preço da soja está US$ 1,91/bushel mais barato que a cotação na CME, a Bolsa de Chicago, o que torna o produto do estado mais competitivo no mercado internacional”, pontuam os analistas do Imea.
Vale destacar que, no mesmo período de 2024, a cotação da soja no estado estava US$ 2,08 /bushel abaixo do preço registrado na CME, o que reforça a atratividade do produto do estado no cenário global e estimula o aumento nas vendas de soja. “É interessante que os produtores do estado aproveitem o melhor momento para fechar bons negócios, visto a boa estimativa para a safra de soja nos Estados Unidos, o que poderá ter um impacto nos preços futuros”, alerta o Imea. Bushel é um padrão de medida norte-americano que equivale a 27,21 quilos.
PREÇO – Na última semana, a cotação do óleo de soja na CME Group – Bolsa de Chicago – caiu 2,04% em relação à semana anterior, encerrando com média de US$ 49,07/lbs. Essa desvalorização foi impulsionada pela aprovação de um projeto de lei nos EUA, que gera incertezas sobre os incentivos à produção e à mistura de biocombustíveis no país.
No que se refere ao preço do farelo de soja em Chicago, houve uma alta de 1,15% no comparativo semanal, sendo negociado a US$ 293,49/t. Esse aumento reflete preocupações com as fortes chuvas na Argentina, que podem prejudicar as lavouras do país.
“No mercado de Mato Grosso, o óleo de soja subiu 1,45% em relação à semana anterior, fechando com preço médio de R$ 5.882,90/t, influenciado pela maior demanda do coproduto para a produção de biodiesel. Por fim, as cotações do farelo no estado recuaram 0,87%, com média de R$ 1.658,90/t. Essa queda reflete a demanda enfraquecida e a menor competitividade do farelo frente a outros concentrados proteicos, o que tem reduzido a procura pelo coproduto”.
CUSTO – De acordo com o projeto CPA-MT, em abril de 2025, o custeio da soja para a safra 2025/26 apresentou alta de 0,63%, alcançando R$ 4.144,69/ha. Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pela valorização de 3,37% nos custos com defensivos, estimados em R$ 1.182,60/ha. Por outro lado, alguns insumos apresentaram retração no comparativo mensal, como a semente de soja (-1,01%) e os macronutrientes (-1,15%). O COE foi projetado em R$ 5.733,10/ha, o que representa uma alta de 0,46% em relação a março.
“Diante desse cenário, a análise do Ponto de Equilíbrio (P.E.) indica que, para o produtor cobrir o COE, é necessário vender a soja a R$ 94,83/sc. Com relação à aquisição de insumos, o ritmo dentro do estado está 7,04 pontos percentuais (p.p.) abaixo da média dos últimos cinco anos, mas supera em 8,44 p.p. a safra passada”, apontam os analistas.
O Imea destaca ainda que mais de 40% dos insumos da safra ainda precisam ser adquiridos, fator que pode ser um ponto de atenção no custo, caso o produtor não acompanhe de perto os preços e analise com cautela as melhores oportunidades do mercado.
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