Dados atualizados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostram que em junho, o Brasil exportou 10,38 milhões de toneladas de soja para a China, queda de 2,28% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo balanço da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Mato Grosso, maior produtor nacional da oleaginosa, foi na contramão da retração brasileira.
Conforme os analistas do Imea, apesar do recuo, no acumulado do primeiro semestre deste ano – de janeiro a junho -, os embarques brasileiros somaram 48,44 milhões t, alta de 4,62% ante o mesmo período de 2024. “No caso de Mato Grosso, o estado exportou 3,14 milhões t, para os asiáticos em junho, aumento de 21,01% em relação a junho do ano passado. No acumulado do primeiro semestre de 2025, as exportações mato-grossenses somaram 14,75 milhões t com destino ao país, acréscimo de 16,90% na comparação anual”, revela o Imea.
Para os próximos meses, a China deve seguir impulsionando a demanda pela soja brasileira, diante da maior oferta interna e da atratividade do produto nacional frente a outros fornecedores. “A Argentina, por exemplo, havia reduzido temporariamente as “retenciones”, mas, retomou a alíquota cheia no final de junho, perdendo parte da competitividade. Por fim, a indefinição em torno de um acordo comercial entre chineses e norte-americanos continua favorecendo o Brasil, impulsionando o segundo semestre de 2025”, projetam os analistas.
PLANEJAMENTO – Segundo o projeto CPA-MT, o custeio da soja para a safra 2025/26 registrou alta de 0,19% em junho, em relação ao mês anterior, alcançando R$ 4.145,02/ha. Esse avanço foi impulsionado, segundo o Imea, pelo aumento de 1,28% nos gastos com defensivos, que atingiram R$ 1.195,76/ha.
“Com a proximidade da semeadura e a necessidade de financiamento dos insumos, a relação de troca (RT) torna-se um indicador essencial. Para adquirir uma tonelada de Super Simples (SSP) e de KCl (potássio), o produtor precisa entregar 23,00 e 23,26 sacas de soja, respectivamente. Isso representa uma queda de 4,23% no RT do SSP e um aumento de 10,39% na do KCL em comparação com maio.
“A comercialização de insumos segue no menor ritmo das últimas nove safras, reflexo dos preços mais altos dos produtos, do valor da soja pouco atrativo, juros altos e da RT desfavorável em alguns casos, como o SSP, cuja relação está 14,89% acima da média histórica. Por outro lado, o KCL apresenta um cenário mais otimista, com RT 13,21% abaixo da média dos últimos cinco anos”, pontuam os analistas.
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