A produção agropecuária de Mato Grosso se prepara para quebrar mais um recorde de faturamento em 2022, ao ultrapassar R$ 214,74 bilhões. A projeção é do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e se confirmada será 4,68% superior ao consolidado em 2021, quando a receita no campo foi de R$ 205,13 bilhões.
Ainda conforme a estimativa, praticamente concretizada no Estado, as cifras vão representar 18% do total nacional neste ano, vão manter Mato Grosso na liderança nacional do VBP e vão marcar o quinto ano seguido de expansão da receita mato-grossense.
Entre as regiões, o destaque é para o Centro-Oeste e Sul, e os estados são Mato Grosso, Paraná (R$ 141,45 bilhões) e São Paulo (R$ 138,47 bilhões).
No Estado, o maior VBP segue sendo o da soja, mas a maior expansão anual vem do algodão. Aliás, dos mais de R$ 214 bilhões previstos em receita, R$ 182 bilhões das lavouras e R$ 32,69 bilhões das atividades da pecuária.
Como detalha o Mapa, a receita com o algodão cresce 36,84%, em Mato Grosso, passando de R$ 19,98 bilhões para R$ 26 bilhões, expansão bastante acima do apontado para a média nacional. O milho deve fechar o ano com alta de 9,75%, saindo de R$ 41,94 bilhões para R$ 45,29 bilhões. A soja apresenta a menor projeção de alta, 2,94%, com o faturamento saindo de R$ 102,13 bilhões para R$ 105,48 bilhões.
Na pecuária, os destaques são a bovinocultura, por ser o maior faturamento do segmento, mas, das cinco atividades, com exceção da produção de ovos e de leite, três vão apresentar recuo em relação à receita obtida em 2021. Em bovinos, passa de R$ 27,87 bilhões para R$ 25,45 bilhões. Na suinocultura a projeção aponta receita de R$ 1,65 bilhão ante R$ 1,85 bilhão. Na avicultura de R$ 3,74 bilhões para R$ 3,57 bilhões. No lado oposto, a produção de leite passa de R$ 848,62 milhões para R$ 872,33 milhões e a produção de ovos, de R$ 1,06 bilhão para R$ 1,13 bilhão. Mesmo com o ganho anual, a projeção fica abaixo do recorde de 20216, quando a produção gerou R$ 1,33 bilhão.
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RECEITA – O VBP brasileiro atingiu R$ 1,18 trilhão neste ano, pouco abaixo do obtido em 2021, que foi de R$ 1,19 trilhão. As lavouras, com crescimento real de 0,9%, representam R$ 821,2 bilhões e a pecuária R$ 367,6 bilhões, com recuo de -3,8%. Para ambas as atividades, o resultado deste ano mostrou-se abaixo do observado em 2021.
O resultado foi determinado por problemas climáticos no Sul, que afetaram a produção de soja e outras lavouras, além da queda do VBP da pecuária, principalmente em carne bovina, carne suína e de frango. A retração dos preços dos principais itens da pecuária foi o principal fator que afetou esse setor. Como exceção, o leite vem atingindo média de preço não obtida nos últimos 17 anos.
Entre um grupo relevante de produtos com bom desempenho neste ano destacam-se o algodão, com aumento de 26,2% no VBP, o café, com 31,3%, o feijão, com 7,8%, o milho, com 12,9% e o trigo, com 37,8%. Esses produtos têm neste ano o maior valor de faturamento numa série desde 1989.
As exportações do agronegócio, com destaque para algodão, café e carnes, têm gerado valores superiores em relação a 2021, principalmente nas exportações de carne e café. O valor das exportações de carne, entre 2021 e 2022 (entre janeiro e agosto) aumentou 30,4% em dólares, e no café, o aumento foi de 54,3%.
O ranking dos produtos no VBP mostra as primeiras posições para soja, milho, cana de açúcar, café e algodão. Estes são responsáveis neste ano por 83,7% do VBP das lavouras.
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