A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) estima que o reajuste nos combustíveis impactará nos preços de alimentos para os consumidores em todo o país nas próximas semanas. Na última quarta-feira (16), entrou em vigor o reajuste de 16,2% na gasolina e 25,8% no diesel, conforme autorizado pela Petrobras.
A alta significativa deve refletir em um aumento no preço dos produtos hortifrutigranjeiros, cujos estoques duram de dois a três dias. Outros alimentos, como carnes e laticínios, devem ter um aumento de preço no início de setembro, enquanto os itens industrializados podem subir em cerca de 30 dias.
O vice-presidente Institucional da Abras, Márcio Milan, destaca que o varejo não esperava um aumento tão expressivo nos preços dos combustíveis, principalmente no diesel, e que isso afeta a inflação imediatamente. “Toda cadeia produtiva é impactada, com as altas de preços chegando até a mesa do consumidor”, explica.
No final de julho, a Abras, por meio do seu indicador: Consumo nos Lares Brasileiros apontava que semestre – janeiro a junho – havia encerrado com alta de 2,47%. Na comparação de junho com o mesmo mês do ano passado, a alta é de 6,96%. Ante maio, o indicador apresentou alta de 0,55%. O resultado contempla os formatos de loja, atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce.
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Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Milan, houve consumo consistente e gradual até o fim do semestre favorecido pelo recuo do desemprego, de reajustes salariais, da consolidação dos programas de transferência de renda. “Para os próximos meses, o consumo tende a ser crescente, pois há datas importantes que incentivam o consumo como o Dia dos Supermercados, a Black Friday e as festas de fim de ano”, analisou Milan.