O número de cooperativas registradas em Mato Grosso cresceu 20%, passando de 152 unidades em 2018 para 182 em 2023, movimentando R$ 40,08 bilhões (receitas e ingressos) apenas no ano passado, de acordo com o Observatório de Cooperativismo de Mato Grosso, lançado pelo Sistema OCB/MT – Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Mato Grosso.
O Observatório foi lançado no dia 16 de setembro em Cuiabá, juntamente com seu primeiro produto, o Anuário do Cooperativismo Mato-grossense de 2024, que mostra que o estado tem 1,45 milhão de cooperados.
O MT Econômico traz os principais dados apresentados pelo setor, que aponta crescimento de 50% no número de empregos diretos gerados pelas cooperativas entre 2018 e 2023, atingindo 13.694 mil postos de trabalho. Ainda, segundo o Observatório, o estado tem cobertura cooperativista em 95% dos 141 municípios, com destaque para a capital, Cuiabá, que conta com 28 matrizes e 57 filiais.
O Observatório contemplará diversos produtos, incluindo anuários, relatórios periódicos de ramos e segmentos como agro, crédito, leite e educação. Suas principais ferramentas são a Inteligência de Dados, Inteligência de Mercado e Inteligência Política e Econômica, através de painéis interativos, simuladores para áreas específicas como armazenagem de grãos e energia solar, além de calculadoras de rentabilidade.
Nelson Luiz Piccoli, novo presidente do sistema OCB/MT destacou a importância do setor para o desenvolvimento socioeconômico do estado.
“5% dos lucros das cooperativas são revertidos em ações sociais para os municípios. Além disso, temos um diferencial como maiores produtores de soja, milho e algodão, e grande potencial para a industrialização, mas para isso precisamos nos unir com as instituições”, ressaltou Piccoli.
O superintendente do Sistema OCB/MT, Frederico Azevedo reforçou que a entidade é a primeira a lançar um observatório estadual de forma estruturada e apresentou dados nacionais.
“Para cada um real gasto ou demandado em cooperativas no Brasil, temos um valor agregado em valor de produção de R$1,65. Quando a gente fala de valor adicionado, R$0,88 para cada real investido. Em arrecadação de impostos, R$0,60 e em salários, R$0,33. Ou seja, investir o que as cooperativas investem via seus cooperados e nas cooperativas, gera resultado na ponta”, explicou Azevedo.
A gerente-geral da OCB/MT, Tainá Heinzmann, também destacou a participação das cooperativas na produção de grãos em Mato Grosso e a atuação das cooperativas no ramo da saúde que em relação à desigualdade de gênero vem promovendo a inclusão de mulheres no setor, sendo 76% do quadro de colaboradores composto por mulheres.
“Analisando o estado, que é agroexportador e tem como carro-chefe no seu PIB o agro, as cooperativas têm uma contribuição significativa, já que 47% de toda a produção de grãos é oriunda das cooperativas. Esse número é ainda maior em fibras e algodão, com 50% da produção sendo realizada por cooperativas”, expressou Heinzmann.
A senadora Margareth Buzetti também esteve presente no evento e falou sobre sua atuação política em relação ao setor. “Tenho uma missão no Senado Federal que é aumentar o crédito para o FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) destinado às cooperativas. Essa é minha missão”, disse Buzetti.
Segundo estimativa do Sistema OCB/MT as cooperativas devem atingir R$ 122 bilhões em ingressos no ano de 2027, o que representaria 205% de aumento, em uma comparação com 2023. Já em relação ao número de cooperados, a expectativa é ultrapassar os atuais 1,45 milhão para 1,57 milhão em 2027.
Além do lançamento do Observatório, também foi apresentada a gestão para o quadriênio 2024-2028 do Sistema OCB/MT, presidida por Nelson Luiz Piccoli. Veja abaixo foto dos membros da diretoria.
Leia mais sobre o cooperativismo:
Opinião: Cooperativismo, importante vetor de desenvolvimento para o Brasil
Opinião: De cliente a dono, cooperativismo de crédito em ascensão
OCB/MT lança índice de confiança das cooperativas de Mato Grosso