Conforme determinação do Banco Central, os bancos terão que aplicar a taxa de câmbio do dia da compra nas operações feitas com cartão de crédito.
Desde 2016 era apenas uma recomendação, mas como os bancos praticamente não aderiram, vai passar a ser obrigada.
Com a mudança, a oferta de aplicação da taxa de câmbio do dia da operação será mandatória para os bancos, e caberá ao cliente escolher se prefere pagar com essa cotação ou se prefere esperar pelo valor do dia de fechamento da fatura.
A medida passa a valer em março de 2020.
Além das compras, a conversão para reais no dia da operação também valerá para os saques em moeda estrangeira.
Segundo o presidente do Banco Central, Ilan Godfajn, a medida dará mais segurança ao consumidor que faz compras em moeda estrangeira, pois evita a insegurança com a volatilidade das cotações entre o dia da compra e a data de fechamento da fatura.
"É uma alteração que estamos fazendo. O consumidor vai se sentir mais confortável em saber na hora da compra quanto está gastando em reais. É uma medida que facilita a vida do cidadão", afirmou.
Para a fixação do valor em reais na data do gasto, a fatura terá que apresentar a identificação da moeda, a discriminação de cada gasto na divisa em que foi realizado e o seu valor equivalente em reais.
A fatura também precisará incluir data, valor equivalente em dólares e a taxa de conversão do dólar para o real.
Ilan também pontuou que o BC não está satisfeito ainda com os juros cobrados no cartão de crédito, embora já tenha ocorrido queda relevante.
O presidente do Banco Central prevê ficar no comando da autoridade monetária até março do ano que vem, estimando que a sabatina no Senado de Roberto Campos Neto, indicado ao cargo pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), deverá ocorrer ao longo do mês de fevereiro.
Questionado sobre a permanência de outros diretores do BC na futura administração, ele afirmou: "A ideia é a transição ocorrer, a diretoria permanecer, acho que não temos muita insegurança em relação a isso".
Ilan disse ainda não ter aceitado permanecer na presidência do BC por motivos pessoais e não quis dar mais detalhes a respeito. Ressaltou, contudo, ver com bons olhos o novo governo e as medidas que estão sendo pensadas.
Segundo o presidente do BC, ainda há espaço para a autoridade monetária seguir simplificando compulsórios e reduzindo alíquotas, processo que seguirá em curso.
Em outra frente, Ilan disse que o BC acredita no projeto de autonomia da instituição que tramita no Congresso e que trabalhará para ajudar na aprovação, mas que o debate cabe aos parlamentares.