O mês de março teve saldo positivo para a poupança se comparado ao 2 primeiros meses deste ano registrando mais depósitos do que saques.
No mês passado, a captação líquida – depósitos menos retiradas – somou R$ 1,85 bilhão, informou o Banco Central nessa semana. O valor representa queda de 53,4% em relação a março do ano passado, quando os depósitos tinham superado os saques em R$ 3,98 bilhões.
Mesmo com o recuo, a captação líquida atingiu o segundo melhor nível para meses de março desde 2013. Naquele mês, os depósitos tinham excedido as retiradas em R$ 5,96 bilhões. Em março de 2014, 2015 e 2016, a poupança tinha registrado saques líquidos – com os correntistas retirando mais do que depositando.
Apesar do desempenho positivo em março, as retiradas continuam maiores que os depósitos em 2018. No primeiro trimestre, a caderneta de poupança registrou saques líquidos de R$ 13,4 bilhões, contra saques líquidos de R$ 1,93 bilhão no mesmo período do ano passado.
Com rendimento de 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia), a poupança está se tornando menos atrativa porque os juros básicos estão no menor nível da história, em 6,5% ao ano. Nos últimos meses, o investimento não tem conseguido garantir rendimentos acima da inflação.
Nos 12 meses terminados em março, a poupança rendeu 4,16%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, acumula 4,18% no mesmo período.
Dessa forma, quem tem mantido o dinheiro na poupança não está conseguindo obter rendimento real sobre esse tipo de aplicação que possa compensar pelo menos a inflação oficial do país. Em resumo, a inflação está corroendo os juros da poupança e as pessoas não estão tendo nenhuma rentabilidade, segundo avalia do MT Econômico.