A cesta básica de Cuiabá atingiu novo recorde de cotação em outubro, conforme levantamento mensal realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). No mês passado o conjunto de alimentos básicos teve preço médio de R$ 729,93, o mais alto da série histórica local do Órgão.
Conforma avaliação do Imea, na passagem de setembro para outubro, a cesta básica ficou 3,26% mais cara, passando de R$ 706,87 para atuais R$ 729,93. Já na comparação anual, houve acréscimo de R$ 81 e alta de 12,5%. Em outubro do ano passado, a cotação estava em R$ 648,03.
Além do recorde de preços, a cesta básica em Cuiabá registrou outro dado inédito. Com a evolução de preços, ela passou a abocanhar 65% do salário mínimo liquido, que descontado a 7,5% da Previdência Social, que fica em R$ 1.121.
No país, a cotação média coloca a cesta cuiabana entre as seis mais caras do Brasil e a segunda do Centro-Oeste, atrás apenas de Campo Grande, cujo valor fechou outubro a R$ 733,65. Como utilizam a mesma metodologia, Imea e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço médio da Capital mato-grossense pode ser inserido no ranking nacional. No mês passado ficou atrás somente das médias registradas Porto Alegre, R$ 768,82, São Paulo, R$ 762,20, Florianópolis, R$ 753,82, Rio de Janeiro, R$ 736,28 e Campo Grande, R$ 733,65.
Desde janeiro de 2016, o Diesse suspendeu a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos na capital mato-grossense, avaliação mensal que vem sendo realizada pelo Imea, que adota a mesma metodologia do Departamento e, por isso, é possível inserir Cuiabá no contexto nacional.
No entanto, o Imea alterou a forma de divulgação dos preços da cesta básica há mais de um ano e, por isso, não é possível saber quais alimentos contribuíram para o avanço anual do preço.
O conjunto de alimentos é formado por 13 itens básicos que são suficientes para alimentação de quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, por 30 dias.
DIEESE – O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 12 das 17 capitais onde o Diesse realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre setembro e outubro, as altas mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (3,34%), Campo Grande (3,17%), Vitória (3,14%), Rio de Janeiro (3,10%) e Curitiba e Goiânia (ambas com 2,59%).
Já as reduções mais importantes ocorreram em algumas cidades do Norte e Nordeste: Recife (-3,73%), Natal (-1,40%), Belém (-1,16%), Aracaju (-0,61%) e João Pessoa (-0,49%).
Com base na cesta mais cara, que, em outubro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em outubro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.458,86, ou 5,33 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em 2 setembro, o valor necessário era de R$ 6.306,97 e correspondeu a 5,20 vezes o piso mínimo. Em outubro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.886,50 ou 5,35 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.
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