As projeções para o crescimento da economia em 2022 têm refletido na expectativa de contratação de fim de ano, que deve contabilizar, somente em Mato Grosso, a geração de cerca de 6,2 mil novos empregos. A projeção é do Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio no estado (IPF/MT), com o comércio respondendo por 67% do total de postos de trabalho e o setor de serviços por 33% neste período.
Segundo levantamento do IPF/MT, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged/MTE), até agosto de 2022, é possível averiguar que o Estado apresentou crescimento mensal médio no saldo de postos de trabalho de 8,75% em comparação a 2021, enquanto no comparativo entre 2020 e 2021, o crescimento foi de 5,78%.
Para o presidente da Fecomércio/MT, José Wenceslau de Souza Júnior, a melhora dos indicadores é positiva para a economia como um todo. “Para os últimos meses de 2022, as expectativas são muito positivas para o comércio e serviços, já que esses setores respondem pela maior parte do estoque de emprego, assim como a maior participação na arrecadação de ICMS, o que acaba por refletir nos demais setores da economia”.
Para as categorias de contratação, lideram os trabalhadores de serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados, além de trabalhadores de serviços administrativos, que incluem escriturários e atividades de atendimento ao público.
Ainda de acordo com o IPF/MT, o cenário econômico segue cada vez mais positivo, visto que as restrições causadas pela pandemia da Covid-19 não são mais empecilhos para a plena atividade. É o que mostram os dados do 4º trimestre de 2021, quando o Estado tinha 66% da sua população em idade para trabalhar na força de trabalho, do total de 2,5 milhões de habitantes, sendo que no 2º trimestre de 2022 esse índice subiu para 67%, chegando a mais de 1,8 milhão de pessoas no mercado de trabalho.
Wenceslau Júnior também destaca que “o comércio e serviços são os impulsionadores econômicos no último trimestre do ano, mesmo diante do cenário pandêmico em 2020. Neste ano, temos ainda a realização da Copa do Mundo, o que pode causar ainda mais impacto na economia e, consequentemente, uma maior contratação no Estado”.
Somente entre o primeiro e segundo trimestre de 2022, o crescimento no número de pessoas empregadas subiu 3%, superior as taxas encontradas antes da pandemia. Assim, a expectativa de crescimento do emprego para as festividades do fim do ano é maior comparado aos anos anteriores.
NO PAÍS – A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê a contratação de 109,4 mil trabalhadores temporários no país para dar conta do aumento previsto para as vendas no varejo relativas ao Natal, estimado em 2,1%. Essa deve ser a maior oferta de trabalho temporário em 9 anos, quando, em 2013, foram abertos 115,5 mil postos.
A estimativa da CNC é que a taxa de efetivação seja de 11%, o que representa 3 pontos percentuais a menos do que em 2021.
Regionalmente, São Paulo (30,3 mil), Minas Gerais (12,2 mil), Paraná (8,9 mil) e Rio de Janeiro (8 mil) concentrarão 54% da oferta de vagas para o Natal deste ano. As previsões da CNC são baseadas em aspectos sazonais das admissões e desligamentos no comércio varejista, registrados mensalmente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
“A conversão de vagas temporárias em efetivas em 2022 não deve ser tão expressiva quanto depois do Natal de 2021, quando chegou a 15%, porque, no ano passado, o varejo ainda estava repondo os postos que haviam sido fechados nas duas primeiras ondas de covid-19”, disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Segundo a CNC, 97 mil trabalhadores temporários foram contratados em 2021, 46% a mais do que o registrado em 2020, o primeiro ano da pandemia da covid-19. Dois meses antes dos Natais de 2020 e 2021, a circulação de consumidores no varejo ainda estava, respectivamente, 22,1% e 4,8% abaixo do nível pré-pandemia. Atualmente, o fluxo de consumidores nas lojas já é 3,1% acima do período imediatamente anterior ao início da crise sanitária.
Os maiores volumes de contrato devem se concentrar no ramo de hiper e supermercados, no qual a previsão é de abertura de 45,5 mil vagas temporárias, e no setor de vestuário, com 25,8 mil. “Se, por um lado, os hiper e supermercados, que são os segmentos que mais empregam no varejo, tem destaque no número absoluto de vagas, as lojas de roupas, acessórios e calçados são, historicamente, as mais beneficiadas pelas vendas natalinas”, disse o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes.
Enquanto o faturamento do varejo cresce, em média, 34% no período de fim de ano, o setor de vestuário costuma registrar alta de até 90%.
O salário médio de admissão deverá alcançar R$ 1,6 mil, avançando, portanto, 2,5% em termos nominais, na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a remuneração média ficou em R$ 1,5 mil. Os valores mais altos, de R$ 2,3 mil, devem ser pagos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação, seguidas pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos, que deve pagar em torno de R$ 1,8 mil. Entretanto, esses segmentos respondem por apenas 2,3% das vagas totais a serem criadas.
A previsão da CNC é que haja aumento de 2,1% nas vendas de fim de ano no varejo como um todo. O ramo de hiper e supermercados tende a registrar alta de 4,8% nas vendas, já descontada a inflação, mas as vendas nas lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos devem cair 3,4% em relação ao ano passado.
“Essa perspectiva decorre do somatório entre a desaceleração da inflação e o encarecimento do crédito, já que a taxa de juros de operações envolvendo pessoas físicas atingiu o maior patamar desde abril de 2018, o que favorece as compras em segmentos que dependem menos de empréstimos e financiamentos”, explicou Fabio Bentes.