Até o próximo dia 20 de dezembro, a segunda parcela do 13º salário deve ser disponibilizada para todos os trabalhadores com carteira assinada, aposentados, pensionistas e servidores públicos. No entanto, é preciso tomar cuidado para não gastar todo o dinheiro de uma vez.
O pagamento do décimo terceiro pode ser feito de duas formas: em uma parcela, com o valor total, ou em duas parcelas, opção geralmente escolhida pela maioria das empresas. O valor equivale a um mês de salário líquido, descontando o Imposto de Renda e o INSS na segunda parcela. Para quem não tem um ano de registro em carteira, o cálculo do pagamento é feito pela divisão da remuneração integral por doze (número de meses do ano) seguida da multiplicação do resultado pelo número de meses trabalhados.
Segundo o especialista em finanças pessoais, João Victorino, o décimo terceiro salário é bastante valorizado pelo brasileiro, que costuma contar com esse dinheiro, principalmente para quitação de dívidas e para as compras que ocorrem no final do ano. Porém, é importante saber administrar a quantia recebida, para que o orçamento não seja prejudicado por gastos mal planejados.
Com este alerta, João explica que o uso do décimo terceiro pode variar de acordo com a situação financeira específica de cada pessoa. “Não existe fórmula mágica sobre como utilizar esse dinheiro. Dependendo do seu planejamento financeiro, pode ser viável guardar (investir) o valor ou destiná-lo para opções de lazer. Agora, se você tem dívidas, o ideal é utilizar o montante para pagar essas obrigações e assim retomar o controle de sua vida financeira”, afirma.
No entanto, para trabalhadores autônomos, não existe uma estrutura de pagamento regular, como um salário mensal, e, portanto, não há um décimo terceiro salário garantido. Autônomos geralmente têm que gerenciar suas finanças de forma diferente. Se você é autônomo e deseja criar uma reserva de dinheiro para despesas extras no final do ano ou em outras épocas, João Victorino lista 3 etapas que você pode seguir:
1. Estabeleça um orçamento: Comece por criar um orçamento para o seu negócio e outro para as suas finanças pessoais. Isso ajudará você a entender suas receitas e despesas;
2. Economize sempre: Reserve uma parte das suas receitas para economizar. Você pode definir uma porcentagem fixa ou um valor específico a ser poupado a cada mês;
3. Invista todos os meses: O valor que você conseguir economizar poderá ser investido no produto que você escolher, como aqueles de renda fixa, por exemplo. É possível programar uma aplicação automática para que você “se obrigue” a economizar todos os meses e tenha o equivalente ao 13º no final do ano.
O especialista alerta que o autônomo deve ter disciplina financeira e um planejamento cuidadoso para que possa atender às despesas regulares e ainda economizar para despesas inesperadas ou extras, como um décimo terceiro. “O principal é conseguir manter registros financeiros precisos e consultar um profissional de finanças ou contador, se necessário, para obter orientações adicionais específicas para sua situação”, finaliza João.
PARA QUEM QUER INVESTIR – Esse extra também movimenta as finanças pessoais e muitas vezes não sabemos qual a melhor forma de utilizar o dinheiro na nossa realidade – pagar contas, realizar algum desejo de Natal ou investir?
Para a especialista em finanças Bruna Alleman, da Nomos, é importante organização para usar esse recurso da melhor forma. Segundo ela é bom dividir no esquema de 50/30/20. Se tiver dívidas coloque 50% do 13º para quitar as dívidas, 30% para poupar e investir e 20% para custos extras de início de ano como mensalidade, IPVA, IPTU. Se não tiver dívidas, destine 50% para poupar e investir, 30% nos custos de início de ano e 20% para lazer e festas de fim de ano.
“Se você tem dívidas, priorize elas, sempre. Mas não gaste todo seu 13º salário nelas. Aproveite a renda extra e negocie com os credores, além de destinar uma parte para iniciar o seu planejamento financeiro de longo prazo”, indica Bruna.
A economista destaca que existem diferentes fatores que direcionam a escolha de um produto de investimento, como perfil do investidor, objetivo e cenário atual da economia, entre outros. Focando nos três citados, Bruna destaca que para reserva de emergência atualmente as melhores opções considera – Tesouro Direto, onde é possível investir em títulos públicos a partir de R$ 30 e é considerado um dos mais seguros do mercado, o primeiro passo para quem quer sair da poupança.
Outra opção é CDB de liquidez diária, preferencialmente de grandes bancos. Eles são títulos emitido pelos próprios bancos como uma maneira de arrecadar recursos para financiar suas atividades. Por ser garantido pelo Fundo Garantidos de Crédito, essa é uma aplicação considerado bastante segura.
“Quem não tem Reserva de Emergência deve dar um passo atrás e definir quais são seus objetivos financeiros. São eles que irão direcionar os investimentos. Independente das condições de mercado, eles pré-definem os produtos ideais para o prazo que você precisa.”
Quando falamos em objetivos podemos pensar em:
Objetivos de curto prazo (até 1 ano): aplicações sem risco e com liquidez, como as que servem para a reserva de emergência.
Objetivos de curto prazo (1 a 5 anos): aplicações de renda fixa com prazo maior, como CDBs, LCIs e títulos do Tesouro com mais de um ano.
Objetivos de longo prazo (acima de 5 anos): Esses acima, mais ações, fundos de ações, fundos multimercados, fundos imobiliários e investimentos no exterior.
A economista também ressalta que se a taxa de juros está subindo é bom olhar também para investimentos como o Tesouro Selic ou CDBs de liquidez diária, que rendem mais conforme a taxa de juros aumenta. Já se a taxa está caindo é hora de olhar para títulos pré-fixados, que podem garantir bons rendimentos por mais tempo.
Segundo Bruna o Tesouro Direto é considerado um dos investimentos mais confiáveis por estar atrelado ao Tesouro Nacional. E hoje oferece desde produtos com liquidez diária, até opções de longo prazo para auxiliar estudos de filhos ou renda futura para complementar a aposentadoria.
“O mais importante para investir é começar, mas saber seu perfil e ter objetivos bem definidos ajudam a chegar onde se quer mais rápido”, destaca.
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