A Hedgepoint Global Markets analisa o ambiente doméstico e externo para o câmbio brasileiro, que pode enfrentar desafios ainda maiores em 2025. “O real foi uma das moedas mais depreciadas em 2024, com o dólar ultrapassando os 6 reais pela primeira vez na história.
“Um dólar mais alto pode aumentar a inflação, resultar em juros mais elevados e desacelerar o crescimento econômico do país”, aponta Victor Arduin, analista de Energia e Macroeconomia da Hedgepoint.
Havia expectativas de que a revisão de gastos do governo ajudaria a equilibrar as contas públicas, mas a falta de detalhes gerou frustração no mercado e deterioração das expectativas fiscais.
O ano de 2025 pode ser desafiador para o real, devido a diversos riscos que podem afetar a moeda brasileira.
PACOTE FISCAL E REAÇÕES DO MERCADO – O governo anunciou um pacote fiscal visando equilibrar as contas públicas com uma economia de R$ 70 bilhões até 2026. “A revisão de gastos é um ponto positivo, mas a reforma do imposto de renda, que amplia a isenção para salários de até 5 mil reais, gerou incerteza no mercado, refletido no dólar atingindo, pela primeira vez, a marca de 6 reais”, diz o analista.
A desvalorização da moeda pressiona a inflação, que pode superar a meta de 4,5%, forçando o Banco Central a adotar uma política monetária mais restritiva. “Indicadores evidenciam a deterioração da perspectiva de agentes econômicos, com juros futuros de dois anos batendo acima de 14%, na última sexta (29) e dívida pública projetada para superar 84% do PIB até 2026”, ressalta.
CONDIÇÕES EXTERNAS E FLUXO CAMBIAL – “A queda nos preços das commodities, como petróleo e minério de ferro, impactou negativamente o superávit comercial, projetado para cair 20% em relação a 2023, saindo de 98,8 bilhões de dólares, no ano anterior, para 80 bilhões de dólares em 2024”, indica.
Diante de um cenário de incertezas, o fluxo cambial registrou fuga de capitais significativa, que pode ultrapassar US$ 80 bilhões em 2024, reforçada pela sazonalidade de dezembro.
VALORIZAÇÃO DO DÓLAR FRENTE ÀS MOEDAS GLOBAIS – O dólar tem se valorizado frente às moedas globais nas últimas semanas, com uma alta de 1,69% em novembro. Com a nova administração de Donald Trump prestes a iniciar, ganha força uma agenda de medidas protecionistas de alto impacto inflacionário, o que pode afetar o ritmo de cortes nas taxas de juros nos EUA, em 2025. “Nesse contexto, moedas de países emergentes, como o real, têm sofrido maior pressão em um ambiente de incertezas externas”, conclui.
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