O consumo de combustível, em Mato Grosso, cresceu 5,3% no primeiro trimestre na comparação anual com mesmo momento do ano passado. Conforme balanço divulgado no final da semana passada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a alta foi sustentada pela demanda da gasolina e do óleo diesel, já que o etanol hidratado segue perdendo a preferência dos mato-grossenses, fechando o período com queda de 19%.
O consumo no Estado somou 1,39 bilhão de litros ante 1,32 bilhão de litros na mesma comparação anual.
A disparada de preços do biocombustível tem afugentado o consumidor, que está migrando para gasolina. O derivado de petróleo, mesmo sendo até um real mais caro que o derivado da cana nas bombas, teve a demanda ampliada em quase 30%, no mesmo período de comparação. Ainda que relação 70/30 seja favorável financeiramente ao etanol, a diferença de percentuais vem sendo mínima, levando o consumidor a optar pela gasolina.
Conforme a ANP, o preço médio do litro do etanol no Estado fechou março com o maior valor para o mês dentro da série da Agência para Mato Grosso: R$ 4,608. O apurado é 16,80% do que a média de março de 2021 em R$ 3,945.
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O representante comercial, Gustavo Barros, passou a calcular cada centavo que usa para abastecer o carro e chegou à conclusão de que o rendimento com a gasolina, por mais que haja vantagem econômica para o consumo do etanol, é maior e vem gerando economia de até R$ 200 por mês. “Eu ando muito de carro, meu trabalho depende do carro. A relação 70/30 está muito estreita, por exemplo, desde o ano passado, o preço de bomba do etanol equivale a 66%, 67%, 68% e até 69% do valor da gasolina. Essa margem, ao menos pra mim, para meu carro, não compensa. Abastecer com gasolina está virando um hábito”.
Essa mudança de comportamento fez com que a gasolina somasse venda de 165,66 milhões de litros no primeiro trimestre, no Estado, 29,4% a mais quando comparada com o mesmo período do ano passado.
No etanol, o movimento contrário revela que as vendas de janeiro a março desse ano foram de 181,47 milhões de litros, 19% a menos em relação ao mesmo momento do ano passado quando foram 224,19 milhões de litros.
O óleo diesel registrou incremento de consumo em 8,2%, passando de 901,20 milhões de litros para atuais 975,01 milhões de litros no primeiro trimestre.
No Brasil, o consumo somou 33,10 bilhões de litros, volume praticamente em linha com o apurado pela ANP nos três primeiros meses de 2021.
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