O mês de junho de 2025 marca o fim da sequência de quedas no preço do diesel no Brasil. O que começou com pequenos aumentos — vistos até então como movimentos naturais do mercado — ganhou força a partir da segunda quinzena, refletindo o agravamento do conflito entre Israel e Irã.
Com a escalada dos confrontos, o preço do barril de petróleo ultrapassou a marca dos US$ 70, exclama o especialista de Combustível, Por Vitor Sabag. “O impacto foi imediato no mercado brasileiro. Distribuidoras que operam com diesel importado não demoraram a repassar os custos. Regiões mais dependentes do produto externo, como o Nordeste, sentiram o efeito com mais intensidade. Em média, os preços nas bombas subiram cerca de R$0,10 por litro.
Na Bahia, onde a refinaria é operada pela Acelen — empresa privada que reajusta semanalmente seus preços — o aumento chegou a R$ 0,15 por litro.
Enquanto isso, a Petrobras ainda não anunciou reajustes. “Porém, com a defasagem crescente entre o valor internacional e o praticado no Brasil, importadores começam a recuar nas suas operações, temendo prejuízo. Isso pode provocar escassez de produto e possível desabastecimento, forçando um novo aumento de preços pela estatal”.
E a situação pode piorar, adverte Sabag: “No último sábado, os Estados Unidos atacaram instalações nucleares no Irã. Como resposta, o parlamento iraniano aprovou uma resolução para fechar o Estreito de Ormuz — por onde passa cerca de 30% de todo o petróleo comercializado no mundo. Analistas alertam que, se essa ameaça se concretizar, o preço do barril pode ultrapassar os US$ 100, o que teria impacto direto no diesel e nos custos operacionais das frotas brasileiras”.
Como define, o cenário é de alerta máximo para quem depende diretamente do diesel no transporte de cargas. A instabilidade geopolítica no Oriente Médio já começou a refletir no bolso dos frotistas, e os próximos movimentos — especialmente em relação ao Estreito de Ormuz — podem agravar ainda mais o quadro.
Neste momento, o monitoramento constante dos preços e o planejamento financeiro se tornam fundamentais. Avaliar as rotas, revisar pontos de abastecimento e, quando possível, negociar valores com clientes considerando a volatilidade do diesel, são medidas que podem ajudar a minimizar os impactos, orienta o analista brasileiro.
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