Durante o Workshop “Oportunidades de Negócios Mato Grosso e Bolívia: Gás e Ureia” ocorrido nesta terça-feira(22) no Palácio Paiaguás, empresários de Mato Grosso e representantes do governo boliviano discutiram possibilidades de acordos comerciais. Até então as negociações eram lideradas apenas pelo Governo do Estado.
“São interesses que se complementam tanto de Mato Grosso como da Bolívia. Nós temos aqui a termelétrica, temos o gasoduto, precisamos do gás, nós não temos um acordo firme, há prioridades anteriores a nossa, então nós temos interesse em ter um contrato firme. A Bolívia tem interesse em vender ureia aqui e nós temos capacidade de comprar tudo o que eles produzem lá. Então como temos tudo isso em comum estamos fazendo este workshop”, declarou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Avalove, que representou o governador, ausente devido à viagem a Campo Grande para o funeral do ex-governador Pedro Pedrossian.
Conforme Avalone, a intenção do Governo do Estado é assinar um memorial de intenções para que a estatal boliviana seja parceria da MT Gás. “Queremos que eles sejam sócios na MT-Gás. São coisas que já estão avançando bastante”, informou. Há uma determinação do governador, diz o secretário, para que o gás chegue às indústrias e depois aos condomínios verticais. Num primeiro momento a prioridade é o Distrito Industrial de Cuiabá e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), em Cáceres.
Em relação à ureia, Mato Grosso tem capacidade para consumir duas vezes a quantidade produzida pela Bolívia. Diante disso, representante do agronegócio e do governo mato-grossense estão propondo que os bolivianos construam até mesmo uma indústria de ureia no Estado. Oscar Barriga, da YPFB, a empresa boliviana responsável pelo petróleo e derivados, explicou que a fábrica em Bulo-Bulo começa a funcionar em setembro. “Pretendemos levar a ureia de Bulo-Bulo a Santa Cruz até o porto de Quijarro. De lá pode seguir via hidrovia para Cáceres e depois via terrestre para Rondonópolis. A logística vai depender dos acordos comerciais que fizermos”, concluiu.
Barriga disse crer que a relação comercial entre Mato Grosso e Bolívia vai se concretizar e que se estabeleceu uma sinergia entre os negociadores. Ele também se mostrou otimista para a renovação do fornecimento de gás boliviano para Mato Grosso a partir de 2019, quando se encerra o atual contrato.