Segundo pesquisa regional encomendada pela Confraria dos Profissionais de Marketing de Mato Grosso, com mais de 80 líderes, cerca de 90% das empresas do estado estão tendo uma maior preocupação em conquistar do que reter clientes. Isso mostra que o marketing está sendo utilizado mais como suporte à área comercial do que um elemento estratégico de planejamento e visão de longo prazo, segundo a presidente da Confraria de Marketing de Mato Grosso, Tânia Kramm da Costa disse à reportagem do Mato Grosso Econômico, durante o Café Empresarial Marketing Day, realizado ontem (09.05) na Casa Elfrida em Cuiabá/MT.
“O marketing é chamado nas empresas somente quando precisa aumentar as vendas. É preciso ter também um planejamento de longo prazo, descobrir qual seu nicho de mercado, quem é o consumidor, enfim, ter um estudo estratégico mais profundo. Na pesquisa que encomendamos vimos que cerca de 90% das empresas estão preocupadas em conquistar mais clientes e apenas 10% em reter, fidelizar os que já tem, sendo que estes clientes existentes que são os maiores propagadores do negócio”, disse Tânia.
No evento Marketing Day foram apresentados alguns cases de sucesso que atuam de forma ideal no marketing, como o caso do Boticário, que adota estratégias de regionalismo para aproximar do seu público-alvo. A coordenadora de Marketing Regional em âmbito nacional da Boticário, Cathyelle Schroeder, disse à reportagem que a empresa se preocupa com a cultura local de cada região do Brasil e desenvolve estratégias e campanhas personalizadas. “Temos consultores regionais que trabalham em parceria com as franquias para prepararmos estratégias mais personalizadas. No ano passado fizemos a Festa de São João em todo Nordeste, Semana Farroupilha no Sul, enfim, a gente não quer ser simplesmente ser mais uma marca e sim estar próximo aos consumidores e se envolver na história deles”, ressaltou Cathyelle.
O diretor executivo do Malai Manso Resort, João Francisco Rodrigues, apresentou aos participantes do evento o projeto da empresa, que no começo passou por alguns desafios mas hoje já é referência em lazer diferenciado no estado e geração de empregos. “Pretendemos ser agentes de transformação das comunidades ribeirinhas, proporcionando emprego, desenvolvimento socioeconômico e melhor distribuição de renda. Cada emprego direto que criamos, temos mais cinco indiretos. São mais de 200 empregos que geramos”, disse João Francisco que complementou na palestra, dizendo que o Malai Manso Resort quer ser um divisor de águas no turismo de Mato Grosso, proporcionando hospedagem e lazer de alto padrão, sem a necessidade de deslocamento em grandes distâncias.
A Celeiro Carnes Especiais, apresentou por meio de sua Diretora Executiva Cristiane Rabaioli, a intenção da empresa no mercado. “Queremos conquistar o estado de Mato Grosso e até 2021 ser referência em carne de qualidade no Brasil. Há dez anos atrás, os consumidores não compravam carne pela marca, mas hoje já temos uma outra realidade, por isso realizamos diversos esforços para posicionar nosso produto no mercado”, comentou.
E para finalizar o evento teve uma palestra magna sobre Economia Comportamental com a professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM, Flávia Ávila.
Flávia disse ao Mato Grosso Econômico que nos últimos três anos, devido à crise econômica, a mudança no comportamento do consumidor foi muito significativa. “O consumidor tinha uma esperança e otimismo muito grande, sentindo-se mais à vontade para ter uma dívida de longo prazo e também no consumo imediato. Com a crise o padrão de consumo caiu, as pessoas tiveram que trocar algumas marcas mais conhecidas por outras de menor valor agregado. Na Economia Comportamental as pessoas são muito avessas às perdas. Foi muito dolorido as pessoas terem que se adaptar e reter o consumo”, destacou.
A especialista em Economia Comportamental disse também que hoje um dos fatores mais importantes na decisão das pessoas é a ideia de normas e provas sociais. “As pessoas são muito influenciadas pelo que vêem nas redes sociais e constroem uma opinião para tomar decisões com base no comportamento de grupos. O tempo todo as pessoas estão observando o que os outros estão fazendo para basear o que fazer também”, finalizou Flávia Ávila.
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