O resultado da pesquisa sobre diagnóstico e estratégias de marketing para atrair mais turistas para o Pantanal mato-grossense foi apresentado na tarde desta quarta-feira (30), no auditório do Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá. O evento foi aberto para toda a população, além de professores, estudantes e empresários da área, que puderam expor suas opiniões sobre o tema.
O Pantanal mato-grossense é considerado a maior planície inundável do planeta com 210.000 km². O ecossistema de água doce é um dos maiores do mundo. Sua área é ocupada por uma variedade de animais, como jacarés, veados, serpentes, capivaras, araraúnas, papagaios, tucanos, tuiuiús, colhereiros, macacos e onças, animais esses, que representam boa parte do Pantanal.
A região é considerada ainda, a melhor experiência de turismo de natureza no Brasil, pois está numa área que integra elementos e características da Amazônia, do cerrado e da caatinga, áreas que predominam plantas xerófilas, como árvores e arbustos decíduos durante a estação seca, além de um clima árido e fauna típica. O Pantanal é rico em patrimônios naturais e proporciona condições excepcionais para a vivência, interação e observação da riqueza hídrica da diversidade de fauna, de flora e de paisagens cênicas.
Para realização da pesquisa, foi necessária uma visita técnica da empresa Pires e Associados, empresa vencedora do processo licitatório que enviou uma equipe ao Pantanal. Os profissionais passaram oito dias na região realizando pesquisas e levantamentos de dados. O intuito era conhecer a oferta do Pantanal, avaliar o potencial dos atrativos em diferentes mercados, acessibilidade, infraestrutura, identificação de possíveis produtos e rede hoteleira.
Anete Ferreira, consultora de oferta turística da Pires e Associados, uma das realizadoras da pesquisa, contou durante entrevista ao MT Econômico, que se surpreendeu ao conhecer o potencial do Pantanal mato-grossense. “Primeiro, foi uma surpresa grande perceber que a gente tem no Pantanal, em Mato Grosso, condições muito peculiares, muito singulares” declarou. Ela disse ainda, que como destino de pesca, poucos lugares têm a soma de tantos recursos hídricos, rios, corixos, lagos e bahias como o Pantanal.
A consultora enfatizou ainda, que pelo fato da paisagem pantaneira não ser única e variar com a geografia, de acordo com a estação do ano, é possível ter produtos turísticos para serem consumidos o ano inteiro. “A paisagem que tem quando está chovendo é uma, quando tá fazendo essa cheia, é outra, quando tá na seca, predomina a flora e a fauna. Então, são momentos diferentes. O Pantanal mato-grossense é absolutamente diferenciado, é um Pantanal único” declarou a pesquisadora.
Para o Secretário Adjunto de Turismo de Mato Grosso, Jaime Okamura, o encontro é de suma importância, pois a partir das conclusões dos relatórios apresentados na audiência pública, é que será possível dar rumo ao trabalho de sugestões, de como será a atuação em relação ao marketing do Pantanal. Okamura disse que é preciso correr contra o tempo e vender a imagem do Pantanal. ”Esse trabalho vai nos orientar quais são os caminhos que devemos tomar e fazer uma retomada da questão do produto Pantanal mato-grossense”, finalizou Okamura ao MT Econômico.
Para os pesquisadores, diversas mudanças serão necessárias para melhorar o cenário atual em relação ao Pantanal. Além do investimento na infraestrutura turística, é preciso também oferecer qualidade profissional aos operadores, maior divulgação e materiais de apoio para tal. Conforme as pesquisas, o turismo precisa estar no centro da politica econômica, pois o Brasil é o 1º país da América do Sul no ranking de competitividade de viagens e turismo. Pelo turismo, a superação da crise econômica no País pode ser mais rápida. Por isso, a Embratur pretende ampliar de 6,6 para 12 milhões o número de turistas internacionais visitando o Brasil.
Conforme a pesquisa, o Pantanal é um grande produto turístico, e com trabalho em conjunto da Secretaria de Turismo, empresas do setor, instituições e profissionais da área muita coisa pode ser feita. Com base nos dados, o intuito principal é ampliar o número de turistas no país para que as mudanças alcancem o resultado esperado.
O resultado da pesquisa prevê a inclusão de metas a serem alcançadas até 2023. A presidente da Embratur, Teté Bezerra, apresentou na audiência pública os objetivos estratégicos do turismo no país. Os principais são: promoção conjunta de toda a região do Pantanal, estabelecendo uma cooperação efetiva com o Mato Grosso do Sul e países fronteiriços; estruturar e qualificar os atrativos culturais como produtos turísticos de forma a agrega-los à oferta atual; aumentar a cota de mercado do turismo de natureza do Pantanal mato-grossense entre os turistas brasileiros; aumentar a cota de visitantes estrangeiros para o turismo de pesca; reduzir a sazonalidade do polo pela ampliação da temporada turística e a diversificação do uso para os equipamentos turísticos, como barcos e hotéis; além de implantar um sistema de indicadores quantitativos e qualitativos com dados sobre a demanda, os produtos e serviços do destino, que possibilitem o monitoramento.
Para os pesquisadores, com a criação de uma imagem consistente é possível mostrar que o Pantanal de Mato Grosso é uma das mais relevantes áreas do país, agregando o fato de tratar-se da terceira maior reserva da biosfera do mundo. É necessário ainda, trabalhar o aumento da receita do turismo no polo pantanal, melhorando a rentabilidade e a geração de empregos na região, além de ampliar e diversificar a presença da oferta turística do pantanal nos mercados geográficos priorizando no planejamento.