O etanol hidratado, comercializado em postos de Cuiabá e Várzea Grande, recuperou a vantagem financeira sobre a gasolina. Com preços entre R$ 3,27 a R$ 3,49, o litro pode se apresentar competitivo na relação 70/30, representando cerca de 68% do valor de bomba do derivado de petróleo. O motorista mais atento vai observar ainda que a diferença de preços entre postos pode chegar até a R$ 0,22, conforme as mínimas e máximas (registradas acima) encontradas pelo MT Econômico em seu monitoramento semanal.
Considerando os R$ 0,22 por litro, a economia em uma ‘tanqueada’, cerca de 50 litros, pode render ao motorista R$ 11.
Dados apurados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilado pelo AE-Taxas, mostram que na semana de 8 a 14, Mato Grosso voltou a registrar o menor preço médio para o litro do etanol no País, R$ 3,61. No entanto, pela Agência, ainda na semana passada, o hidratado não foi competitivo em relação à gasolina em nenhum dos 26 Estados ou no Distrito Federal. Esse cenário mudou em Cuiabá e Várzea Grande porque no final da semana passada as revendas reduziram valores do biocombustível, tornando-o competitivo.
A conta de equivalência de preços é simples: basta dividir o valor de bomba do etanol pelo da gasolina. Até 70%, compensa utilizar o bicombustível. Acima desse percentual, vale a gasolina. Esses referenciais levam em conta o rendimento das duas matrizes. Ainda assim, executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado. De todo modo, a relação 70/30 dá um norte sobre as variantes de preços ao consumidor que tiver um carro mais antigo.
Conforme levantamento da ANP, referente à semana passada, na média dos postos pesquisados no País, o etanol estava com paridade de 78,17% ante a gasolina, portanto desfavorável em comparação ao derivado do petróleo.
A SEMANA – Os preços médios do etanol hidratado caíram em 13 estados e no Distrito Federal na semana passada, encerrada no último sábado, 14. Já em outros nove estados os preços subiram. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o país, o preço médio do etanol caiu 1,75% na semana em relação à anterior, de R$ 4,01 para R$ 3,94 o litro.
Em São Paulo, principal estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média caiu 2,28% na semana, de R$ 3,94 para R$ 3,85. Goiás registrou a maior queda percentual de preços na semana, de 5,05%, de R$ 3,96 para R$ 3,760. Sergipe foi o estado com o maior avanço de preços na semana, de 4,30%, de R$ 3,95 para R$ 4,12 o litro.
O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 3,28 o litro, em São Paulo, e o maior preço estadual, de R$ 6,37, foi registrado no Rio Grande do Sul. Já o menor preço médio estadual, de R$ 3,61, foi observado em Mato Grosso, enquanto o maior preço médio foi registrado em Roraima, com R$ 4,87 o litro.
Na comparação mensal, o preço médio do biocombustível no país subiu 2,60%. O estado com maior alta porcentual no período foi Sergipe, com 14,44% de aumento no período, de R$ 3,60 para R$ 4,12 o litro. A maior baixa percentual ocorreu em Mato Grosso (-2,43%), de R$ 3,70 para R$ 3,61.
NOSSO COMPROMISSO – Ao contrário das críticas recentes feita à imprensa pelo diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT), Nelson Soares Júnior, o MT Econômico acompanha o varejo do mercado dos combustíveis. Entendendo o teor de prestação se serviço embutido neste tema, sempre traz informações acerca das altas e das baixas nas bombas, especialmente sobre os dois combustíveis mais demandados em Cuiabá e Várzea Grande: etanol hidratado e gasolina.
Em vídeo distribuído à imprensa no começo do mês, Soares afirma que as manchetes apontam apenas para alta de preços “nos postos” e nunca tratam a alta como um efeito em cadeia, que vem sobre todas as etapas de comercialização do combustível. “É importante que a gente tenha clareza que as campanhas são midiáticas. É muito mais fácil e muito mais vendável a manchete de que ‘postos aumentaram os preços’ do que no final ter uma situação em que o preço não foi aumentado pelo posto. O preço foi aumentado pela refinaria ou pela distribuidora. Agora, por que não existem manchetes do Procon agindo na fiscalização de outros agentes da cadeia de produção de combustíveis? Essa é uma dúvida que nós queremos saber, qual é de fato a intenção do órgão. O posto não faz o preço, posto só repassa o preço da distribuidora”, concluiu.
Conforme a direção do MT Econômico, esse portal de notícias irá manter sua rotina de monitoramento semanal, trazendo informações sobre altas e reduções de preços como uma devida e necessária prestação de serviços aos leitores, e especialmente, à população de Cuiabá, de Várzea Grande e todo Mato Grosso.