A imprensa, por meio dos veículos de comunicação, principalmente tv, rádio e portais de notícias, tem papel fundamental na veiculação de notícias sobre combustíveis e demais produtos do mercado, incluindo o setor de alimentos e outros de grande consumo da população.
O MT Econômico traz uma matéria sobre o setor de combustíveis, visto que desde 2017 está tendo muitas oscilações de preços aos consumidores e também, práticas abusivas e irregulares em determinados estabelecimentos.
Sabemos que parte dos empresários do setor de combustíveis possuem seriedade e são geradores de emprego e arrecadação de impostos. No entanto, existe uma outra parte, que, assim como em outros segmentos de mercado, realizam práticas ilegais e abusivas aos consumidores.
Neste ponto, queremos destacar a atuação do Procon, junto à fiscalização tanto do setor de combustíveis como de outros segmentos, na busca de equilibrar a relação de consumo entre empresas e clientes.
Recentemente, o MT Econômico publicou uma matéria, onde representante do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT), critica a forma que a imprensa regional aborda a alta dos preços dos combustíveis. Nelson Soares Júnior, diretor-executivo do Sindipetróleo questionou em vídeo na internet, a conduta dos veículos de imprensa, em relação às matérias sobre o setor, que, segundo ele, só noticiam sobre a alta nos combustíveis.
A reclamação aconteceu após o Procon-MT começar a investigar os postos de combustíveis em Cuiabá e Várzea Grande, devido às denúncias de preços abusivos, sem a justificativa do aumento em alguns estabelecimentos.
Vale ressaltar que o atual governo Lula prorrogou a desoneração de tributos federais PIS Pasep/Cofins até o dia 28 de fevereiro desse ano sobre o álcool, gasolina, querosene de aviação e gás natural veicular, inclusive importados. Já o óleo diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo seguirá com a isenção até 31 de dezembro de 2023.
Mesmo após a prorrogação, muitos postos elevaram o preço aos consumidores.
De acordo com a crítica de Nelson Soares Júnior, a fiscalização dos postos que está ocorrendo, precisa ser estendida para toda a cadeia do setor, como por exemplo, junto às distribuidoras. Ele prosseguiu na matéria anterior sobre a crítica à imprensa, apontando a falta de transparência dos veículos de comunicação com a população, já que as manchetes apontam apenas para alta de preços “nos postos” e nunca tratam a alta como um efeito em cadeia, que ocorre sobre todas as etapas de comercialização do combustível.
Segundo Nelson, “é importante que a gente tenha clareza que as campanhas são midiáticas. É muito mais fácil e muito mais vendável a manchete de que ‘postos aumentaram os preços’ do que no final ter uma situação em que o preço não foi aumentado pelo posto, mas sim pela refinaria ou pela distribuidora. Agora, por que não existem manchetes do Procon agindo na fiscalização de outros agentes da cadeia de produção de combustíveis? Essa é uma dúvida que nós queremos saber, qual é de fato a intenção do órgão. O posto não faz o preço, o posto só repassa o preço da distribuidora ao consumidor”.
O MT Econômico rebate essa argumentação do Sindipetróleo visto que, como portal de notícias de economia, temos o hábito de informar frequentemente, os valores dos combustíveis desde 2017, tanto na alta como na baixa de preços. Iniciamos o monitoramento do setor quando o etanol ainda custava R$ 1,89 e teve uma alta expressiva para R$ 2,49 em uma semana. A partir daí começamos a monitorar o setor. A gasolina na época custava em torno de R$ 3,70.
Apresentamos abaixo alguns links de matérias que publicamos referente ao monitoramento de preços que realizamos, de acordo com as fontes de pesquisa.
Aumento de Combustíveis (Fonte MT Econômico)
MT encerra ano com maior alta regional ao etanol e exibe ainda a gasolina mais cara do CO (04/01/23)
MT registra maior alta mensal ao etanol e litro perde competitividade para gasolina (07/12/2022)
Litro do etanol mato-grossense supera alta regional, mas segue o mais barato do Centro-Oeste (05/12/22)
Em mais uma semana de altas, etanol já perde competitividade em alguns postos da Cuiabá e VG (23/11/22)
Combustíveis têm nova semana de altas em MT, aponta ANP (18/11/22)
Queda de Combustíveis (Fonte MT Econômico)
Combustíveis fecham ano dando fôlego, mas decisão do governo Lula deve inflacionar preços nos primeiros dias de 2023 (31/12/22)
Preços da gasolina e do etanol recuam em Cuiabá e Várzea Grande (22/12/22)
Seguindo tendência de queda, litro do etanol encolhe 5% na semana em MT, aponta ANP (22/09/22)
MT fechou agosto com menor preço médio ao litro do etanol no Centro-Oeste (15/09/22)
Preço médio da gasolina recua mais de 15% em Mato Grosso (12/09/22)
Ausência de dados regionais
O MT Econômico, assim como os demais veículos de comunicação regional não recebe boletins ou informativos do Sindipetróleo, nem de outra entidade local para informar o cidadão sobre o preço dos combustíveis e motivos das oscilações de mercado. Sempre que publicamos uma matéria sobre a alta ou baixa dos combustíveis, utilizamos como fonte de dados, os indicadores de preços de entidades como: Índice de Preços Ticket Log (IPTL), Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Esalq/Cepea e Petrobras.
Devido à escassez de dados regionais, o MT Econômico também realiza pesquisa observacional de preço nas bombas de combustíveis em Cuiabá e Várzea Grande, com frequência semanal e amostragem mínima de 5 postos nas principais avenidas de ambas as cidades, no intuito de ajudar o mercado e a população a ter mais informação, já que as entidades locais que deveriam fazer isso, não fazem.
Eventualmente, alguns dados do cenário de combustíveis são veiculadas na imprensa local, com opiniões do Sindipetróleo. Porém, a informação local ainda é muito escassa e pontual, não sendo uma fonte periódica de consulta, onde os próprios veículos de imprensa ao qual Nelson Soares Júnior critica, poderia ser aliado na divulgação editorial dos dados, assim como é feito por diversos meios de comunicação, quando pesquisas nacionais relatam dados de Mato Grosso e são espontaneamente divulgados, de forma jornalística e não como “campanha midiática”, ao qual Nelson se refere em comentário. Isso significa que não recebemos nenhum tipo de recurso financeiro para exercer nosso papel de imprensa na cobertura do setor de combustíveis.
O MT Econômico publica as notícias do setor para informar a população, os consumidores em geral, já que somos um portal de economia e os combustíveis impactam o bolso do cidadão, ou seja, não é ‘campanha midiática’, com fins publicitários, como Nelson Soares Júnior do Sindipetróleo critica a imprensa geral, mas sim matéria jornalística com fins informativos.
Quando os combustíveis começaram a aumentar de preço?
Foi no governo Temer, em outubro de 2016, que a Petrobras passou a adotar o PPI (preço de paridade de importação). Na época, a empresa era presidida por Pedro Parente, escolhido por Temer. Jair Bolsonaro manteve a mesma política.
Na prática, o PPI muda a forma de determinar o preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha vendidos pela Petrobras. Em vez de fazer o que seria lógico, ou seja, calcular quanto custa fabricar cada produto, adicionar uma margem de lucro justa e aí vender, a empresa passou a fazer de maneira diferente.
Críticos da paridade internacional alegam que ela aumenta o lucro dos acionistas às custas do consumidor, que no fim paga pela alta do dólar e do petróleo. Defensores do PPI afirmam que essa é a melhor maneira de atrair investimentos, garantir o abastecimento e estimular a concorrência.
Diante dos sucessivos aumentos em 2017 ocasionados pela mudança na política de preços da Petrobras, o MT Econômico vem cobrindo o setor de combustíveis, com notícias frequentes e relevantes sobre este segmento econômico.
Produção Nacional
É muito mais barato produzir combustível no Brasil, que é o que a Petrobras faz. Todo o custo dela é em real e a distância que esse combustível precisa percorrer até chegar aos postos é bem menor.
Para importar, a distância é maior e todos os custos são pagos em dólar, é por isso que o PPI, no fim das contas, significa dolarizar o preço do gás e dos combustíveis.
Futura mudança na política de preços da Petrobras
Segundo noticiada uma matéria do Estadão pela Suno, o atual governo Lula prometeu, ainda na fase de transição do governo, que a política de preço da Petrobras seria alterada.
O objetivo da proposta é substituir a atual paridade de preço internacional (PPI) para que haja menos dependência em relação ao mercado internacional, uma vez que irá reduzir o impacto da cotação do petróleo no exterior nas bombas dos postos de combustíveis no Brasil.
Para isso, a ideia da equipe de Lula na transição para o novo governo é colocar uma espécie de valor de referência, que deve ser criado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). No entanto, essa medida será adaptada por região.
Dessa forma, será feito um mapeamento nos campos de influência nas refinarias do país e, a partir disso, será estimado um cálculo da quantidade de produção de combustíveis para cada refinaria, que terá como base o volume de importação necessário para a região e a capacidade de instalação.
Para colocar a política de preços em prática, ainda é preciso ser definidos alguns critérios, nos quais a equipe de Lula não chegou em um consenso, como a periodicidade de reajuste e delimitação geográfica das áreas de influência.
O MT Econômico acompanhará se realmente o governo Lula irá mudar a política de preço de paridade internacional da Petrobras e se a redução chegará nas bombas dos postos ao consumidor final. Prezado leitor, continue acompanhando nossas notícias que informaremos as principais mudanças do setor.