A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) aponta que as famílias cuiabanas estão controlando melhor suas dívidas. Conforme os dados, 72,7% delas encerraram o mês de julho com as contas parceladas, repetindo o percentual de janeiro deste ano. Em julho do ano passado, 73,6% das famílias estavam nessa situação.
Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e analisados pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio (IPF-MT). Com relação a inadimplência, ou seja, quando as famílias não conseguem honrar suas dívidas, os percentuais são menores do que os registrados no início do ano e em relação a julho passado.
Este é o segundo recuo consecutivo da pesquisa, já que 32,3% das famílias endividadas possuem contas atrasadas, sendo que 8,8% afirmaram que não conseguiram quitá-las.
Conforme noticiado pelo Mato Grosso Econômico, o número de inadimplentes caiu no primeiro semestre em Mato Grosso. Ao todo, são 1,123 milhões de inadimplentes mato-grossenses.
Entretanto, de acordo com o diretor de pesquisa do IPF-MT, Maurício Munhoz, o indicador de inadimplência ainda mostra preocupação. O aumento recente da taxa Selic, que foi a 5,25%, pode interferir para a elevação da inadimplência. “O crescimento da taxa de juros no país, que deve continuar aumentando neste ano, vai encarecer as dívidas, principalmente na modalidade mais buscada pelos endividados hoje, que é o cartão de crédito”, disse Munhoz.
Um fator positivo relatado pelo diretor da pesquisa é o fato de Mato Grosso estar na contramão da crise em relação aos demais estados brasileiros.
“O fato de estarmos no estado do agro, atravessando um super ciclo econômico das commodities e, consequentemente, de desenvolvimento, ajuda a explicar o porquê de Mato Grosso estar na contramão do país, que apresentou o terceiro aumento consecutivo de inadimplência”, afirmou.
O percentual de famílias em Cuiabá que declararam ter como principal tipo de dívida o cartão de crédito se repetiu em julho (70%). Já o uso de boletos caiu 2,5 pontos percentuais no comparativo mensal e chegou a 36,4%. Com relação à renda familiar, 90% das famílias que recebem acima 10 salários mínimos têm o cartão de crédito como principal tipo de dívida.
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