Dezembro é um mês de alegria para consumidores e comerciantes. É o período em que os trabalhadores recebem o tão esperado 13º salário e os lojistas veem suas lojas cheias de pessoas à procura de presentes para o Natal e Ano Novo, movimento que torna a ocasião a melhor data do calendário varejista, com resultados acima de todos os meses do ano.
No entanto, esse entusiasmo para as vendas não deve sobrepor os cuidados que os comerciantes devem ter na hora de receber pelas compras, especialmente os pagamentos feitos em dinheiro. Isso porque, é justamente neste período de maior circulação de pessoas e de dinheiro no mercado que os golpistas aproveitam para agir. E uma das ações realizadas por eles é repassar cédulas falsas.
Para se ter uma ideia do montante que vai circular na economia, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calcula que em Mato Grosso serão pagos R$ 3,185 bilhões em 13º salário para trabalhadores da iniciativa privada e do setor público. Serão beneficiados 1.286.772, o que inclui trabalhadores do mercado formal, aposentados e pensionistas. O valor médio do 13º salário é de R$ 2.260,00, no Estado, e a perspectiva é que boa parte desse dinheiro seja gasto no comércio.
Levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas e Socioambientais (Nupes) da UFMT, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL) aponta que 18% dos entrevistados pretendem fazer compras neste fim de ano. Deste universo, 57,5% pretendem comprar presentes de Natal. Sobre a forma de pagamento, 57% responderam que usarão dinheiro; 28,2% usarão cartão de débito e 27,5% vão utilizar cartão de crédito.
O Banco Central aponta o recolhimento de 8.857 notas falsificadas em Mato Grosso de janeiro a novembro, 34,4% a mais que a quantia registrada no mesmo período de 2017, quando foram 6.587 unidades. As cédulas mais recolhidas foram as da 2ª família do real, com maior volume em notas de R$ 20 (3.412), R$ 50 (2.798) e R$ 100 (1.382). Em todo o país, no mesmo período, o BC registra o recolhimento de 438.020 cédulas, baixa de 18,6% sobre o volume contabilizado em 2017, quando foram 538.518. No território nacional, as cédulas de R$ 100 foram as mais falsificadas, com 165.286 unidades este ano.
O que fazer com cédula falsa?
Segundo informações do Banco Central, o cidadão não deve aceitar notas ou moedas metálicas suspeitas de falsificação, pois são produtos de ações criminosas. A autoridade monetária nacional aconselha sempre verificar o dinheiro e seus elementos de segurança e se não percebê-los, recusar o recebimento da cédula ou moeda. Quando a pessoa perceber que sacou uma cédula suspeita no caixa eletrônico, o BC diz que o cidadão deve procurar qualquer agência do banco do qual é correntista e apresentar a cédula ou moeda. O banco é obrigado a trocar o dinheiro suspeito imediatamente. Não é preciso tirar um extrato da conta para comprovar o saque, uma vez que os bancos têm o registro de todos as retiradas, inclusive em caixas eletrônicos.
Já se a pessoa recebeu dinheiro suspeito de falsificação sem perceber, em outras circunstâncias como no comércio ou algum pagamento, ela deve procurar qualquer agência bancária e entregar a cédula ou moeda metálica. O banco anotará os dados dela (nome, endereço, documento de identificação, CPF ou CNPJ no caso de empresas) e enviará a cédula ou moeda para análise do Banco Central. Se ficar comprovado que a cédula é legítima o cidadão será ressarcido pelo banco. Mas, se ficar comprovado que a cédula é falsa, não haverá reembolso.