Os brasileiros da região Centro-Oeste afirmam que a geração de empregos precisa estar no topo da lista de prioridades do governo em 2024, ao lado da saúde. É a primeira vez que a geração de vagas se destaca e quase toma a liderança, conforme a última pesquisa Radar Febraban, apresentada na última sexta-feira (8) para todo o país.
As menções ao emprego como prioridade mais do que dobraram entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023 no Centro-Oeste, indo de 13% para 27%. Saúde foi o tema mais lembrado por 28% – eram 14% em 2022.
Ainda, o receio de aumento do desemprego no Centro-Oeste praticamente se manteve nos últimos 12 meses, mas é o mais alto do país. A preocupação era declarada por 40% em dezembro do ano passado, oscilando agora para 39%, o maior índice ao lado do Sul.
Os moradores da região estão entre os que mais acreditam que terão menor poder de compra 2023 e dizem que vão gastar menos nas compras de fim de ano do que o registrado em dezembro do ano passado. O percentual que pretende segurar o consumo foi de 49% em dezembro de 2022 para 50% neste ano.
Ainda, a população que acredita que terá um menor poder de compra em dezembro foi de 37%, segundo maior índice do país, atrás apenas do Sul (41%). Outros 32% esperam aumento da capacidade financeira e 25% creem que ficarão na mesma. Sobre as compras de final de ano, o percentual que pretende segurar o seu consumo é de 50% nesse 2023. Trata-se de metade da população da região.
CUSTO COM ALIMENTAÇÃO E SAÚDE
Os itens de consumo que mais impactaram na inflação das famílias do Centro-Oeste foram alimentos, com 66%, serviços de saúde ou medicamentos, com 31%, e combustíveis, com 26%. Os três também compõem o pódio em outras regiões do país, mas a preocupação com remédios é menor apenas que a do Norte (36%).
APROVAÇÃO E DESAPROVAÇÃO AO GOVERNO
Os brasileiros do Centro-Oeste estão entre os que mais desaprovam o governo Lula, com 47% dos entrevistados. O índice de aprovação é de 44%. Na média nacional, a avaliação é positiva para 51% e negativa para 42%.
ANÁLISE
“O sentimento das pessoas oscilou ao longo do ano, o que é natural, mas terminar o ano olhando para a frente com melhores expectativas pode ajudar a influenciar de forma benigna 2024”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.
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EXPECTATIVA DOS BRASILEIROS
A aprovação do governo Lula termina o ano como começou, com (51%) aprovando a administração, mesmo percentual registrado em fevereiro
O brasileiro termina 2023 mais otimista em relação ao próximo ano e à evolução do país nos últimos doze meses. Depois de mostrar recuo entre fevereiro e outubro, a perspectiva de melhoria de sua vida pessoal também voltou ao mesmo patamar que estava ao final de 2022. A mais recente pesquisa Radar Febraban mostra que quase seis em cada dez entrevistados (59%) acreditam que o Brasil vai melhorar em 2024, quatro pontos a mais que no mesmo período de 2022 (55%), às vésperas da posse do novo governo. Quanto aos pessimistas, esse contingente recuou nove pontos, de 26% para menos de um quinto agora (17%).
Para cerca de metade (49%) dos brasileiros o país está melhor do que no ano passado, maior percentual da série história no intervalo de 12 meses e que representa um salto de dez pontos em relação a dezembro de 2022. Já a avaliação de que o país está igual foi de 25% para 30% nesse período, e os que identificam piora caíram de 34% para 20% nos últimos doze meses.
Em relação à sua vida e da família em 2024, a perspectiva de melhora é elevada (74%), mesmo número de dezembro/2022. Aqueles que não vislumbram mudanças passaram de 11% para 14%, enquanto os que creem em piora oscilaram de 10% para 9%. A parcela daqueles que declara melhoria de vida em 2023 subiu três pontos no cotejo com dezembro de 2022 (de 43% para 46%).
Realizada entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do País, pelo IPESPE (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), esta edição do Radar Febraban mapeia as expectativas dos brasileiros sobre este ano e para o próximo, tanto em relação à vida pessoal, quanto em relação à política e à economia do país, e mensura como a população encara as compras de fim de ano, o endividamento, a Reforma Tributária, os golpes e tentativas de golpes bancários. A pesquisa também apura as opiniões de cada uma das cinco regiões brasileiras.
“Os resultados desta edição de dezembro refletem o balanço positivo de 2023 e o otimismo com a chegada do novo ano. Isso está em linha com a melhora da percepção sobre sua vida pessoal, o que se pôde ver, por exemplo, com menor expectativa de inflação e a queda na perspectiva de endividamento, para o que deve ter contribuído o Programa Desenrola, apoiado pelos bancos. O sentimento das pessoas oscilou ao longo do ano, o que é natural, mas terminar o ano olhando para a frente com melhores expectativas pode ajudar a influenciar de forma benigna 2024”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.