O Censo de Mercado Imobiliário de Cuiabá e Várzea Grande, estudo quantitativo e qualitativo que traz uma radiografia sobre o mercado de imóveis residenciais verticais e horizontais, além de imóveis comerciais aponta que vai faltar imóvel novo para compra na Grande Cuiabá no próximo semestre de 2017.
A escassez de imóveis é em virtude do baixo volume de imóveis prontos e da redução no número de lançamentos ocorridos em 2016.
Esse recorte está fundamentado na análise geral de concorrência do censo, que mostrou uma disponibilidade de apenas 22% (média geral) de imóveis a partir da oferta inicial de unidades nas duas cidades. No Brasil, um mercado em condições para atender a demanda não pode ter um índice inferior a 30% a título de controle de imóveis prontos. Para Cuiabá, a média é ainda menor 19,7% representado pela oferta de 4.437 imóveis de um universo de 22.529 unidades da oferta inicial.
“Por isso entendemos que este é melhor momento para fazer a aquisição de imóvel visto que com a baixa na oferta de imóveis prontos é provável que o preço das unidades sofra aumento em virtude de a procura ser maior que a oferta. Se a pessoa tem interesse em adquirir imóvel, este é o momento”, afirmou o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), entidade responsável pelo Censo do Mercado Imobiliário Regional.
Nesta terça-feira (15), no Plenarinho da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Bresser informou a associados, empresários e autoridades que o levantamento é um instrumento de planejamento estratégico para o empresário e fonte de informação simétrica para conhecer as demandas dos compradores em potencial de imóveis, o perfil do público consumidor e a estratificação de dados sociodemográficos por faixa etária, por renda e por região.
“A proposta do censo é fazer um monitoramento para conhecer melhor o mercado, até mesmo para oferecer produtos que despertem o público interessado em imóveis para moradia ou para investimento”, completou.
A exposição do resultado da pesquisa foi feita pelo consultor Guilherme Werner, sócio da BRAIN, empresa com sede em Curitiba (PR), especializada em pesquisa de mercado imobiliário. Ela realiza censos de mercado para vários Sinduscon's e entidades do setor há mais de 13 anos, dispondo de expertise em estudos e pesquisas imobiliárias.
Segundo ele, o quadro encontrado em Cuiabá e Várzea Grande é similar ao de outras regiões do país onde o setor foi atingido pela situação socioeconômica. “Por outro lado, a pesquisa regional mostra que na comparação com outras cidades há um mercado em expansão para a produção. A pesquisa nacional que será compilada vai conseguir posicionar Cuiabá e Várzea Grande dentro do cenário nacional. De qualquer forma, o segmento de salas comerciais para unidades a venda está num patamar muito bom na Grande Cuiabá, porque é um mercado que sofreu muito no país nos últimos anos”, explicou.
O censo de Cuiabá e Várzea Grande vai compor com outros levantamentos regionais o Censo Nacional de Mercado Imobiliário elaborado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A pesquisa local quantificou informações levantadas nas duas cidades no mês de dezembro de 2016 e que compilou dados das empresas que atuam na Grande Cuiabá.
Confira alguns números da pesquisa:
Residencial Vertical
• A análise geral por padrão mostra que a maior oferta atual de imóveis residenciais verticais está para o padrão “Super Econômico”, onde os imóveis chegam a custar até R$ 170 mil. Nesse padrão haviam 923 unidades para a venda (35,1%), seguido pelo “Alto Padrão”, cujos valores custam entre R$700 mil e R$ 1 milhão, com 656 unidades. A pesquisa dividiu o padrão dos imóveis em: Especial, Super Econômico, Econômico, Standard, Médio, Alto, Luxo e Super Luxo.
• O maior número de empreendimentos é para padrão “Standard” (entre R$250 e R$ 400 mil) com 21. O padrão “Médio” (R$ 400.001 e R$ 700.001 mil) possui 19 empreendimentos;
• Os imóveis para o mercado em comercialização datam desde 2010, sendo que 70% são de empreendimentos lançados em 2016 ou 70,7% da oferta;
• A oferta de imóveis com maior disponibilidade é aquele com 3 dormitórios, que representam 43,7% ou 1.286 unidades disponíveis. Os com dois dormitórios totalizam 1.246 unidades (42,4%). A pesquisa avaliou de um a quatro dormitórios ou mais;
• A região oeste (23 bairros) concentra o maior número de empreendimentos: 46 (52,9%) com 1.272 imóveis disponíveis, ou seja, 35,8% do total, seguido pela região leste com 952 unidades 26,8%;
• Em Várzea Grande há nove empreendimentos com oferta inicial de 2.576 unidades e 613 unidades disponíveis;
Residencial Horizontal
• Terrenos em Condomínios: 9 empreendimentos com 390 unidades disponíveis;
• Casa em condomínio: 13 empreendimentos com 223 unidades disponíveis;
• Loteamentos: 2 empreendimentos com 661 unidades disponíveis
• Nesse mercado de comercialização a maior parte (57, 8%) é do ano de 2015, seguido de 2014 (17,5%) da disponibilidade atual;
• A região sul tem 822 unidades disponíveis, ou seja, 32,4% do total. As regiões sul e oeste são as que têm o mesmo número de empreendimentos: 8 cada uma. Na região oeste há 122 unidades disponíveis;
• A maior parte dos imóveis disponíveis é de lançamentos ocorridos em 2014, 2015 e 2016;
• Várzea grande tem oito empreendimentos e 1.264 unidades disponíveis.
Comercial
• Com um total de 7 empreendimentos, somente a região sul (Cuiabá) possui participação nessa categoria de imóvel, sendo 223 unidades de saldo de uma oferta inicial de 1.164 unidades. Em Várzea Grande, o estudo não identificou empreendimentos para comercialização;
• O padrão médio (8.001 a 10.000 m²) é a com maior oferta, possui 207 unidades em seis empreendimentos.