De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o volume de soja em grão enviado às indústrias, em março, foi recorde da série histórica no Estado ao somar quase um milhão de toneladas. Foram esmagadas aproximadamente 936,2 mil toneladas (t). “Este é o maior volume da série histórica, alta de 9,67% quando comparado a fevereiro”, pontuam os analistas do órgão.
Para o ano, o Imea estima que Mato Grosso esmague cerca de 9,91 milhões de toneladas de soja, o que, caso se concretize, será o maior volume na série histórica.
Analisando o histórico, o esmagamento no Estado tem seus maiores volumes entre os meses de março e maio, período de maior oferta de grãos, o que possibilita um nível maior de envio às indústrias. “Apesar do volume recorde, é importante salientar que a margem bruta vem reduzindo, registrando em março queda de 4,88% em relação ao fechamento de fevereiro, sendo que um dos fatores para este recuo é a desvalorização do farelo no mercado Internacional”, explicam os analistas.
COTACÃO – As rações que alimentam os rebanhos suínos chineses têm como base o farelo de soja, por isso, este mercado é diretamente afetado pelos surtos de Febre Suína Africana (FSA) registrados no país asiático. O primeiro surto da doença — altamente mortal aos suínos — na China ocorreu no início de agosto de 2018, e desde então se espalhou por todo o país, afetando milhões de cabeças. A redução do número de suínos devido à doença faz com que haja um menor consumo de ração, o que impacta diretamente na demanda da soja e seus subprodutos, como o farelo. Desde agosto de 2018, as cotações do farelo de soja na bolsa de Dalian-DCE, na China, recuaram 15,09% e em 2019 acumulam queda de 5,76%. “O enfraquecimento da demanda influencia as importações de soja pela China, que já reduziram 14,33% em 2019 comparado ao ano passado. Sem sinais de controle da doença, ainda é incerto qual será o real impacto em toda a cadeia da soja mundial”, alertam os analistas.