O tempo quente e seco característico em Cuiabá e em todo o estado teve uma breve pausa com a chegada de uma frente fria nos últimos dias de maio. Com a chegada do inverno, no fim de junho, a tendência é que os dias “gelados” movimentem diversos setores da economia como o comércio. Bares, restaurantes, lojas de confecções de rua e shoppings centers, entre outros são os principais favorecidos.
Na avaliação de representantes do comércio, os poucos dias de temperaturas amenas – bem diferente das altas temperaturas das quais os cuiabanos já se acostumaram ao longo do ano – são vistos como eventos especiais. Um exemplo são as padarias e cafeterias, que aumentam as vendas de lanches, salgados, pães e bebidas como cappuccinos e chocolates quentes para aquecer o frio.
Quem também se beneficia são restaurantes. De acordo com empresários da categoria, as reservas nos estabelecimentos costumam aumentar, impulsionada, em grande parte, por casais. Nos supermercados o cenário não é diferente, já que muitos aproveitam o período para ter a melhor experiência possível no conforto do lar. Em casa ou fora, as principais preferências são vinhos e massas.
Outro setor favorecido pelo inverno é o comércio de roupas e calçados. O empresário Junior Macagnam, proprietário das lojas Raphael Benetti nos shoppings Goiabeiras, Pantanal e Várzea Grande, destaca que a venda de calças, casacos, jaquetas, suéteres, entre outras vestimentas mais ‘quentes’ costuma ter aumento expressivo nesta época do ano. Ele projeta incremento de 12% nas receitas em relação a 2023.
“Como o inverno geralmente é mais curto em Mato Grosso, a maioria das famílias costuma ter apenas uma peça por pessoa para o frio. Quando os dias gelados chegam, muitas delas reviram o guarda-roupa para pegar seus casacos e boa parte percebem que a roupa não está tão bonita ou já não serve mais. É importante que o consumidor se vista bem e com conforto”.
A força da estação mais fria do ano para o comércio se reflete nos números. Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizado em 2022 aponta que o varejo de vestuário, calçados e acessórios podem alcançar mais de R$ 13 bilhões em vendas entre os meses de maio e agosto.
“Não é só a queda de temperatura que faz o consumidor demandar mais as peças de frio, mas também as novidades trazidas pelo setor nesse período, que estimulam o consumo”, analisa o economista Fábio Bentes.