Com o anúncio do aumento da gasolina e do óleo diesel antes do feriado de 7 de setembro, os postos de gasolina de Cuiabá e Várzea Grande já começaram a vender etanol mais caro também.
O litro passou a ser vendido por até R$ 2,79, alta de 30 centavos em relação aos R$ 2,49 praticados em vários postos, reajuste de 12%. Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta valor médio de R$ 2,69 na cidade. Segundo representantes do setor, houve aumento em toda cadeia.
Segundo Jorge dos Santos, diretor-executivo do Sindálcool/MT, o aumento de preço do etanol nas usinas é decorrente da majoração dos custos após a alta de 13% do diesel. “O combustível subiu e isso impacta no nosso custo operacional porque colhemos, plantamos e transportamos com diesel. Além disso, houve um aumento no custo do frete que, com a última correção da tabela, será ainda mais alto, numa média de 5%”, salienta. Além da majoração do diesel, as usinas sentem o impacto no preço do milho.
Como somente nesta semana o aumento do etanol nas usinas foi de cerca de 16 centavos (de R$ 1,97 para R$ 2,13), o efeito ainda poderá ser sentido pelos consumidores nos próximos dias, quando esse combustível chegar às bombas. Hugo Arima, gerente de uma revenda de combustíveis de Cuiabá, informa que nesta quinta-feira o litro do etanol subiu cerca de 23 centavos na distribuidora. “Pagávamos R$ 2,23 e hoje pagamos R$ 2,46. Por isso tivemos que aumentar o preço de venda”.
A alta no preço é sentida na ponta da cadeia, pelos consumidores. O marceneiro Henrique Ribeiro, 50, afirma que já está “até acostumado” com os frequentes reajustes do combustível. “Tudo aumenta direto e não tem um controle. Eles falam em segurar, mas aumentam sempre e não tem mais para onde correr, porque tem que trabalhar e tem que abastecer, infelizmente. Pelo menos ainda está compensando o etanol em relação à gasolina”, avalia.