A inflação na construção civil vai deixando um marco no Centro-Oeste, em 2022. Pela primeira vez, o metro quadrado mais caro da região foi encontrado em Mato Grosso, cujo valor apurado foi de R$ 1.769.51 em outubro, o maior já observado na série histórica local. Tradicionalmente, o maior valor pertencia ao Distrito Federal. A majoração está entre os dados atualizados pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado pelo IBGE.
A majoração da parcela de materiais de construção é a componente que mais vem pesando no orçamento e encarecendo os custos do setor. No mês passado, por exemplo, do custo médio de R$ 1.769,51 de Mato Grosso, R$ 1.111.24 foram apenas para parcela materiais, cifras que pontuam novo recorde ao Estado. Até a parcela mão-de-obra que estava variando pouco a pouco ao longo do ano, deu um salto em razão de acordo coletivo renovado, e também foi a um valor inédito: R$ 658,27. Em maio era de R$ 594,70.
O valor médio do m² mato-grossense também superou as médias do mês registradas no País, em R$ 1.675,46 e a do Centro-Oeste em R$ 1.709,83.
Mato Grosso teve ainda a maior alta mensal na região na passagem de setembro para outubro: 4,89%. No ano a inflação acumula alta de 20,45% de janeiro a outubro, igualmente superior à média nacional e regional, em 10,64% e 13,74%, respectivamente.
Entre os estados do Centro-Oeste, o m² mais baixo é o de Goiás e de Mato Grosso do Sul, R$ 1.669,41 e R$ 1.668,21, respectivamente. Com o fechamento do mês, o valor médio da construção no Estado ficou entre os cinco mais caros do Brasil, conforme o Sinapi.
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BRASIL – Pelo segundo mês consecutivo, este foi o menor resultado registrado desde julho de 2020. No acumulado nos últimos doze meses, a taxa é de 12,41%. Em outubro de 2021 o índice foi de 1,01%.
“Estamos captando um ritmo de desaceleração em relação ao período da pandemia de Covid-19, o que vem trazendo o índice para patamares mais próximos ao da série histórica pré-pandemia”, afirma o gerente da pesquisa, Augusto Oliveira.
O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em setembro fechou em R$ 1.669,19, passou em outubro para R$ 1.675,46, sendo R$ 1.000,36 relativos aos materiais e R$ 675,10 à mão de obra.
O gerente do Sinapi ressalta que os materiais, que puxaram as altas na época da pandemia, têm sido o balizador da desaceleração em 2022. A parcela dos materiais cresceu 0,04%, percentual 0,49 p.p. inferior ao do mês anterior (que registrou 0,53%) e 1,23 p.p. menor que na comparação com outubro de 2021 (1,27%).
Já a parcela da mão-de-obra, com taxa de 0,88% em outubro, subiu 0,57 p.p. em relação ao mês anterior (0,31%), influenciada por quatro acordos coletivos no período. Comparando com outubro do ano anterior (0,64%), houve aumento de 0,24 ponto percentual.
Os acumulados no ano foram: 9,93% (materiais) e 11,70% (mão-de-obra). Já os acumulados em doze meses ficaram em 12,60% (materiais) e 12,07% (mão de obra), respectivamente.
CENTRO-OESTE – Apesar do índice negativo registrado no Mato Grosso do Sul, a região Centro-Oeste apresentou a maior variação regional em outubro, 1,59%, influenciada, sobretudo, pelo acordo coletivo observado no estado do Mato Grosso. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 1,46% (Norte), 0,25% (Nordeste), -0,03% (Sudeste), e 0,27% (Sul).
Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.678,09 (Norte), R$ 1.560,37 (Nordeste), R$ 1.736,74 (Sudeste),R$ 1.750,43 (Sul) e R$ 1.709,83 (Centro-Oeste).
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