Em 2020, no primeiro ano da pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso se manteve estável, sem variação para cima ou para baixo. No entanto, esse resultado ainda deixa o Estado em destaque nacional, já que a economia no período recuou em 24 das 27 Unidades da Federação.
O PIB do Brasil atingiu R$ 7,6 trilhões, recuando 3,3% em volume. Além da estabilidade em Mato Grosso houve variações positivas em Mato Grosso do Sul (0,2%) e Roraima (0,1%). Essas são informações das Contas Regionais 2020, elaboradas pelo IBGE.
O PIB do estado de Mato Grosso foi estimado em R$ 178,6 bilhões no ano de 2020, enquanto, em 2019, o valor foi de R$ 142,1 bilhões. Em termos de variação em volume, a economia apresentou estabilidade (variação de 0,0%), entre 2019 e 2020. Na análise de desempenho ao longo da série iniciada em 2002, o Mato Grosso continua se destacando com a maior variação em volume acumulada entre os entes federativos: 130,4%, como também apresenta o maior crescimento médio (4,7%a.a.), segundo o IBGE.
O PIB per capita mato-grossense estimado foi em R$ 50.663,19, com posição de terceiro maior do país. O desempenho do PIB e PIB per capita no Estado em 2020 foi motivado pelo aumento dos preços principalmente na agropecuária, mas também na indústria e nos serviços.
A agropecuária registrou crescimento de 11,1% em volume, em relação ao ano anterior, e obteve participação de 28,8% na economia estadual em 2020 (21,4% em 2019). A atividade de agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita apresentou variação em volume positiva em 12,2%, em um contexto em que houve recorde da produção agrícola, exportações aumentadas de modo significativo, preços das commodities com alta considerável no mercado internacional e valorização da moeda norte-americana frente a nacional.
“O desempenho adveio das contribuições do cultivo da soja, cultivo do algodão herbáceo em caroço e cultivo de cereais (sobretudo o milho). A produção de cana-de-açúcar, por sua vez, recuou em 2020, devido, em parte, ao reflexo da substituição por outros cultivos em razão da atratividade dos preços, encerramento de atividades de usinas e a produção de biocombustíveis com uso do milho”, apontam os analistas do IBGE.
Em relação à pecuária, cuja variação foi de 2,9 %, os efetivos de bovinos (o maior do país) e suínos de Mato Grosso apresentaram resultados positivos, apesar do aumento do custo de produção. No segmento de criação de aves, houve recuo do desempenho, que se associa ao quadro de progressiva redução de efetivo no Estado, principalmente naquelas destinadas ao abate.
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A indústria de Mato Grosso recuou 4,5% em volume e apresentou participação de 17,3% na economia regional em 2020 (16,3% em 2019). “Os impactos vieram das indústrias de transformação, com queda de 8,8%, afetada pelo recuo de seus principais segmentos da produção industrial no Estado, entre eles os produtos alimentícios, bebidas, madeira, químicos e biocombustíveis, sendo este último justificado pela redução do consumo de etanol no ano”, destaca o órgão.
Os serviços recuaram 2,5% em volume e registraram participação de 53,8% em 2020 (62,4% em 2019). As atividades econômicas do setor tiveram queda em sua maioria, sendo que os principais impactos vieram das atividades econômicas de transporte, armazenagem e correio, alojamento e alimentação, educação e saúde privadas, administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social e artes, cultura, esporte e recreação e outras atividades de serviços. No sentido inverso, comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas avançou 1,3% em volume, atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados cresceu 4,3% e atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares variou 6,8%.
REDUÇÕES – Em 12 UFs, taxa do PIB foi abaixo da média do país. Rio Grande do Sul teve a maior queda em volume (-7,2%), seguido por Ceará (-5,7%), Rio Grande do Norte (-5,0%), Espírito Santo (-4,4%), Rondônia (-4,4%) e Bahia (-4,4%). Os demais recuos foram em Alagoas (-4,2%), Acre (-4,2%), Pernambuco (-4.1%%), Paraíba (-4,0%), Piauí (-3,5%) e São Paulo (-3,5%).
No Rio Grande do Sul, o resultado foi motivado pela agricultura, impactada pela estiagem em 2020, e pelas Indústrias de transformação, devido ao segmento de preparação de couros.