Dados de um estudo feito pela Economática apontou que em 2016, as cadernetas de poupança renderam mais que a inflação estimada pelo IPCA, indicador oficial usado pelo Banco Central.
Foi também o melhor resultado nominal para as cadernetas desde 2006, reflexo da alta dos juros nos últimos anos. Já o ouro, dólar e euro perdem para a inflação em 2016.
Segundo a Economática, a rentabilidade nominal da poupança no ano de 2016 foi de 8,30%.
A rentabilidade anual da poupança cresceu pelo terceiro ano consecutivo, sendo o ano de 2013 o pior momento para o poupador desde 1999.
Mas a tendência agora, com a redução dos juros básicos Selic, é que o ganho da poupança diminua e fique mais perto dos 6,17% dos juros ao ano pagos pela aplicação além da Taxa Referencial (TR). A Selic menor, de 10,50% no fim do ano como estimam analistas, deve reduzir a TR.
Poupança
Apesar do ganho, porém, a poupança ficou atrás de outras aplicações de renda fixa, como mostra o CDI do período, que corrige fundos de renda fixa, LCI e LCA e CDB, e que acumulou 7,25% acima da inflação em 2016.
Considerando o ganho além da inflação, a poupança teve um ganho real de 1,9%, descontada a variação do IPCA no ano de 2016, de 6,29%. Isso significa que o poupador teve ganho de poder aquisitivo, além da alta média dos preços.
O resultado de 2016 é o melhor desde 2009, quando o poupador teve ganho de 2,63%. Já nos anos de 2015 e 2002, a poupança fez o poupador ter perda de poder aquisitivo.
A Economática lembra que o cálculo do ganho real não é a simples subtração entre o ganho nominal da poupança e a inflação do período. O cálculo leva em conta quanto a inflação teria de subir a mais para empatar com a aplicação.
As principais aplicações em ganho real
O estudo incluiu também seis principais aplicações, Índice Bovespa, CDI, poupança, ouro, dólar e euro. Em 2016, a melhor opção foi o Ibovespa, que teve ganho real de 30,72% descontada a inflação. A renda fixa representada pelo CDI registra 7,25% acima da inflação e a poupança de 1,90%.
O pior resultado em 2016 com valores ajustados pela inflação é do euro, que no período perdeu 23,89% de poder aquisitivo, seguido pelo dólar médio calculado pelo Banco Central, a Ptax, de venda, com -21,47%, e o ouro, com -17,51%.