O primeiro semestre de 2023 se encerrou com combustíveis mais baratos para quem abastece com diesel, GNV e etanol. É o que revela a nova edição do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, que tem como referência o mês de junho e é publicado em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Mato Grosso e São Paulo seguem apresentando os valores mais competitivos em favor do etanol.
Mato Grosso e Cuiabá têm os melhores percentuais de competividade do etanol hidratado sobre a gasolina. Neste primeiro semestre ficou acima de 64% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina comum.
De acordo com os números do levantamento, as quedas registradas nos primeiros seis meses do ano abrangeram quatro dos seis combustíveis monitorados pela parceria: diesel S-10 (-20,7%), diesel comum (-20,2%), GNV (-11,3%) e etanol hidratado (-0,3%). Em contraste, o balanço do período identificou aumentos nos preços médios cobrados para abastecimento com gasolina comum (+10,0%) e gasolina aditivada (+8,4%). Consumidores de unidades federativas da região Norte – com destaque para Amazonas e Rondônia – foram os mais afetados, com aumento médio de 15,0% no valor cobrado pelo litro da gasolina comum.
Comparativamente, os dados de junho evidenciaram que todos os seis combustíveis monitorados apresentaram quedas nos respectivos preços médios, embora com magnitudes distintas: diesel comum (-6,1%), diesel S-10 (-6,1%), etanol hidratado (-4,7%), GNV (-1,4%), gasolina comum (-0,5%) e aditivada (-0,1%).
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Diversos fatores têm colaborado para explicar a dinâmica recente dos preços praticados no mercado interno, dentre os quais se incluem o comportamento dos preços internacionais do petróleo e seus derivados, a apreciação da moeda brasileira, mudanças na política de preços praticadas pela Petrobras, a vigência do novo modelo de cobrança de impostos pelos estados e Distrito Federal (ICMS), além da sequência de reajustes de preços para as distribuidoras, também anunciados pela Petrobras.
Como resultado da interação desses e outros fatores no tempo, no horizonte ampliado dos últimos 12 meses, todos os seis combustíveis registraram quedas expressivas em seus respectivos preços: diesel comum (-29,9%), diesel S-10 (-29,5%), gasolina comum (-25,2%), gasolina aditivada (-24,4%), etanol hidratado (-22,8%) e GNV (-18,4%).
No primeiro trimestre de 2023, encher um tanque de gasolina de 55 litros do derivado comum consumiu, em média, 5,9% da renda dos brasileiros. De acordo com o Indicador de Poder de Compra de Combustíveis, o peso dos combustíveis no orçamento das famílias retornou ao patamar pré-pandemia tanto na média nacional (5,9%) quanto na média das capitais (3,7%), mostrando estabilidade frente aos percentuais apurados no último trimestre de 2022. O cálculo apresenta o percentual da renda domiciliar mensal (apurado pela Fipe a partir de dados da PNAD/IBGE) necessário para custear um tanque de gasolina com capacidade para 55 litros de gasolina comum.
INDICADOR CUSTO-BENEFÍCIO FLEX – Com base nos dados de junho de 2023, o preço médio do etanol hidratado correspondeu a 75,2% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina comum, percentual que corresponde a um decréscimo em relação à apuração de maio (77,6%). Avaliando-se o custo e o rendimento médio dos combustíveis na média nacional, os últimos resultados apontam uma vantagem marginal para quem opta pelo abastecimento com gasolina.
Na média das capitais, o preço relativamente mais baixo do etanol hidratado em relação à média nacional resultou em um percentual comparativamente menor para o indicador em junho (74,8%), o que pode ser interpretado como uma maior paridade na análise comparativa de custo-benefício entre os dois combustíveis: gasolina ou etanol.