Conforme a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Mato Grosso deve colher 30 milhões de toneladas de milho nesta safra. A prévia foi dada em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira(24), quando teve início o Circuito Tecnológico Etapa Milho, que segue até sexta-feira (28).
A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) era de 24,197 milhões de toneladas e de 26,502 milhões de toneladas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Se alcançada a estimativa mais tímida, a produção do milho já será 60% superior em relação à safra 2015/2016, quando foram colhidas 15,072 milhões de toneladas, pelo levantamento da Conab. Na safra anterior, houve perdas de 7 milhões de toneladas devido a estiagem. Diferentemente deste ano, quando as chuvas continuam sendo registradas em diversas regiões do Estado até este mês, período em que as lavouras de milho estão em fase de desenvolvimento.
Os efeitos do clima na agricultura interferem diretamente nos preços. Atualmente, a cotação do milho já está abaixo do preço mínimo fixado pelo governo federal, de R$ 16,50 para a saca de 60 quilos em Mato Grosso, informa a Aprosoja. O milho a termo alcança R$ 13 a saca no Estado e a estimativa de agentes de mercado é que chegue a R$ 10 a saca no auge da colheita. No ano passado, o cereal alcançou cotação recorde de até R$ 35 a saca devido a escassez do produto.
Para equilibrar os preços, o governo federal autorizou a liberação de R$ 800 milhões para leilões públicos de milho, que serão destinados às operações de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e Contrato de Opção de Venda (COV). A expectativa é que 90% desse montante, assegurado por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), atendam Mato Grosso.
O valor seria suficiente para estimular a comercialização de 9,5 milhões de toneladas do cereal em todo o país, estima o gestor do Imea, Ângelo Ozelame. De acordo com o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin, atualmente o frete para retirada do milho de Mato Grosso está mais caro que o próprio cereal. Os leilões podem alterar esse cenário de preços, mas não imediatamente, pondera ele. “As oscilações de preços só mudam após aumento da demanda”.
Durante a coletiva de imprensa, Dalcin defendeu a verticalização da produção e o aproveitamento do milho por indústrias locais. “Nessa semana choveu de novo em algumas regiões do Estado, então nossa produção de milho está mais para 30 milhões de toneladas”, prevê.