Em agosto, os emplacamentos de veículos zero quilômetro (0-km) cresceram 7,7% frente aos resultados de julho, totalizando 9.389 unidades contra 8.712 no mês anterior. A soma considera os segmentos automóveis e comerciais leves, caminhões e ônibus, motocicletas e implementos rodoviários.
De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), agosto sofreu uma retração esperada no segmento de automóveis, pois ocorreu um grande volume de vendas nos meses de junho e julho, meses com descontos patrocinados pela medida provisória do governo federal. Os descontos foram de R$ 2 mil a R$ 8 mil para carros de pequeno porte, com valor total de até R$ 120 mil e que seguiram até julho. Inicialmente, o prazo previsto de duração dos descontos era de quatro meses, mas terminou em pouco mais de um mês.
Na avaliação do presidente da Fenabrave – Regional Mato Grosso, Manoel Guedes, no geral houve um crescimento importante de agosto comparado com julho, com um aumento em comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários.
Por isso, em agosto, as vendas de automóveis, segmento que detém o maior número de unidades comercializadas, caíram 12,7%. “A medida do governo federal provocou uma corrida do consumidor para aproveitar esse desconto. Já era esperado que após a medida, os números sofressem recessão”, explica Guedes.
De qualquer maneira, positivo o acúmulo no ano na comparação com 2022. No acumulado, o crescimento é de 7,5%. “Isso leva o setor a acreditar num crescimento de 8% no final do ano. Essa é a expectativa”, pontua Paulo Boscolo, agora diretor da Fenabrave.
Empresário com concessionárias no interior de Mato Grosso, Claudio Bagestan também verificou essa movimentação aumentada nas concessionárias durante o período de subsídio. “Hoje o principal entrave para maior aquecimento das vendas é pelo aumento de juros, com altas no mercado financeiro”, explica Bagestan.