O gerente de Política Agrícola e Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Frederico Azevedo afirma que os valores destinados à subvenção do seguro rural para produtores de soja, milho e algodão que foram ajustados pelo governo federal, não ajudam os produtores de MT.
É que o Comitê Gestor Interministerial do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) realocou R$ 48 milhões destinados à cultura de inverno da safra 2016/2017 para a cultura de grãos de verão, que beneficia principalmente os produtores de soja e milho só que produtor de Mato Grosso contrata pouco seguro rural, já que as apólices visam resguardar os produtores que possuem riscos climáticos, situação mais comum no Sul do país. Em 2015, Mato Grosso demandou apenas 1% da subvenção assegurada em todo o Brasil, complementa ele. “Mato Grosso não tem histórico de contratação de seguro porque os produtores daqui não têm instabilidade climática. Só este ano que houve uma situação incomum”.
Azevedo diz que as entidades representativas do setor agrícola buscam melhorar as apólices de seguros. “Ainda não se construiu um modelo que atenda o Centro-Oeste”. Contudo, um dos avanços é a desvinculação da liberação do crédito para custeio da contratação do seguro, avalia. “Houve alterações na lei federal e no MCR (Manual do Crédito Rural) para que não seja mais exigido o seguro na contratação do crédito rural para custeio”.
Conforme detalhou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o montante previsto de R$ 158 milhões em subvenção para culturas de inverno não foi integralmente utilizado. Por isso, optou-se por alterar a destinação do saldo remanescente, sendo R$ 48 milhões para o grupo de grãos de verão e mais R$ 23 milhões para culturas de inverno, ambos da safra 2016/2017.
No caso do verão, esse valor adicional permitirá apoiar no total quase 40 mil apólices em todo país, com benefício direto aos produtores de soja e milho principalmente. As apólices de seguro com subvenção para a safra de inverno plantada ao longo do 1º semestre deste ano já foram recebidas pelo Mapa e totalizam R$ 87 milhões em recursos do PSR, o que representa mais de 17 mil apólices, com destaque para milho e trigo.