Estourou mais uma guerra no mundo. Desta vez Israel e o Hammas. Risco de se espalhar no Oriente Médio. Guerra entre Rússia e Ucrânia há dois anos e meio. Venezuela, estimulada pela Rússia quer invadir a Guiana, sua vizinha. Isso, tendo o mundo acabado de sair em 2022 da maior guerra de todos os tempos: a epidemia da covid 19. O mundo está sensível e assolado por gravíssimas questões econômicas, políticas e climáticas.
Essa poderosa transição coloca o Brasil desde o fim da pandemia, da guerra Rússia Ucrânia e agora Israel Hammas no centro do furacão mundial. Vamos explicar isso. O Brasil saiu-se muito bem no final da pandemia e iniciou um crescimento leve, mesmo com o preço crescente do petróleo mundial. A guerra da Ucrânia tirou do páreo mundial de produção de alimentos, o terceiro maior produtor do mundo. E o Brasil saltou pra o segundo lugar.
A guerra de Israel x Hammas de novo nos coloca numa posição privilegiada. O Brasil surge como forte produtor de alimentos e de energia renovável. No século 20, o petróleo foi a grande arma política e econômica no mundo. No pós-pandemia, segurança alimentar e as energias renováveis vieram pro primeiro plano mundial. No caso das energias renováveis vem junto o paradigma mundial da sustentabilidade da produção e da proteção do planeta.
Fora as duas guerras em andamento e uma série de ameaças em todos os continentes, a desestruturação dos países grandes responsáveis pela segurança alimentar mundial. Todos estão perdendo espaços muito rápido.
O Brasil tem outra extraordinária janela aberta a seu favor. O país tem perdido todas as grandes janelas abertas ao longo das últimas décadas. Queira Deus que desta vez os erros e a incompetência interna não nos derrubem mais uma vez.
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Se falamos do Brasil em termos de segurança alimentar, temos que falar forçosamente de Mato Grosso. O estado é o terceiro produtor mundial de alimentos. Abrem-se janelas imensas pra produção crescente de alimentos, assim como a recepção mundial de capitais pra industrialização. Bom lembrar que o preço dos fretes marítimos está muito alto. Já não está mais rentável transportar produtos de baixo valor agregado. Logo, a industrialização desse setor primário no local da produção é óbvia.
A chamada de atenção recai sobre o nosso atrasado sistema político estadual que teima em trabalhar por votos e não enxerga o dia seguinte. O governo estadual está caminhando bem nessa direção. Mas é pouco, porque enfrenta os custos altíssimos da máquina pública, que sangra os impostos arrecadados. A máquina pública tem a tradição de só olhar pra dentro de si mesma e gastar indefinidamente.
Num mundo em desequilíbrio, as janelas são muito importantes. Queira Deus que o Brasil tenha juízo desta vez. A próxima não será mais nossa. O mundo gira…
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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