O estado de Mato Grosso apresentou maior avanço no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2017. O crescimento de 14,1% refere-se ao comparativo do mesmo período do ano anterior [2016] entre os 9 estados que calculam O PIB trimestralmente. O PIB nacional cresceu apenas 1,4% no mesmo período.
Os números foram apresentados hoje (27) pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan) por meio da sua equipe técnica composta pelos coordenadores do Instituto Socioeconômico Eduardo Matsubara e Breno Augusto de Barros, juntamente como o secretário de Planejamento Guilherme Muller.
O estudo faz parte de algumas inovações na medição do PIB, diminuindo a defasagem de 2 anos da publicação deste indicador. A Seplan agora vai divulgar o produto interno bruto mato-grossense trimestral com a mesma metodologia utilizada pelo IBGE para o cálculo do PIB nacional. Apenas 9 estados brasileiros divulgam o PIB trimestral.
O Mato Grosso Econômico traz para você as principais mudanças e impactos do estudo na economia do estado.
O setor econômico que mais cresceu no terceiro trimestre de 2017 foi o agropecuário, com uma taxa positiva de 49,8%. A indústria vem na sequência com 2,6% e o setor de serviços cresceu 1,7%.
O setor agropecuário continua impulsionando as demais atividades da economia, como a indústria, comércio e serviços. A boa safra do ano anterior contribuiu para o crescimento, após o ano de 2016 ter sido de dificuldades para os produtores rurais.
O setor da indústria foi impulsionado pela indústria de transformação, com o aumento da fabricação de biocombustíveis e também pela geração de energia (entrada de nova usinas hidrelétricas).
O setor de serviços foi impulsionado pelo comércio, que após quatro trimestres negativos, registrou dois trimestres positivos em 2017. As áreas de transporte e aluguéis vieram na sequência com bons resultados também.
Questionado sobre o crescimento econômico de Mato Grosso e a escassez de recursos do governo do estado, o secretário de Planejamento Guilherme Muller ponderou que em 2016 Mato Grosso teve déficit e cresceu menos do que o índice nacional. “O ano de 2016 foi ruim para a economia do estado. Em 2017 que está havendo recuperação no crescimento, mas ainda vai demorar de 3 a 5 anos para atingir o equilíbrio das contas e atingir um nível mais adequado de governabilidade”, ressalta o secretário.
Disse ainda que a dificuldade que o estado enfrenta não tem a ver com a economia, mas sim com a gestão de gastos públicos. “É uma crise financeira e não econômica. Se a despesa cresce mais do que a receita a conta não fecha. Nos últimos 10 anos o crescimento médio anual de Mato Grosso tem sido em torno de 11%, mas as despesas aumentam em média 14% ao ano. O maior impacto nisso é o pagamento dos servidores e a progressão de carreira, elevando os gastos significativamente. A cada R$ 100 reais que entra de receita no caixa cerca de 80% é para pagar gasto com pessoal, incluindo o déficit financeiro da previdência. Isso acaba inviabilizando o fluxo de caixa. Tem gastos que não se podem cortar, pois são direitos adquiridos, principalmente relacionados às progressões salariais e ganhos reais de carreira”, disse o secretário ao Mato Grosso Econômico.
A política de limitação de gastos conhecida como PEC do Teto dos Gastos aprovada recentemente pretende minimizar esse problema. Com a economia se recuperando e caso seja feita uma boa gestão dos gastos públicos, Mato Grosso tem uma perspectiva positiva daqui 3 a 5 anos.
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