Em reunião realizada em Brasília entre nove governadores ontem, quinta-feira (07) — incluindo Mauro Mendes (MT), Tarcísio de Freitas (SP), Cláudio Castro (RJ), Ronaldo Caiado (GO), Ratinho Junior (PR), Jorginho Mello (SC), Romeu Zema (MG), Wilson Lima (AM) e Ibaneis Rocha (DF). — o governador de Mato Grosso defendeu que o presidente Lula assuma a liderança nas negociações com o governo dos EUA e descarte as eleições de 2026.
O objetivo central é mitigar os efeitos do aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros anunciado por Donald Trump. A medida, considerada “tarifaço”, gera preocupação com consequências graves para a economia brasileira. Segundo Mauro Mendes: “Esse erro crasso de diplomacia internacional pode nos levar a uma das piores crises da história.”
“O Lula não pode ficar aqui oferecendo jabuticaba, falando algumas coisas, como se estivesse jogando para o time eleitoral que ele representa, deixando de lado os interesses do povo brasileiro”, pontuou.
Mauro ressaltou que a falta de diálogo poderá causar graves consequências para a população de todos os estados.
“Não podemos de maneira alguma permitir que essa crise possa escalar e levar o Brasil a uma das piores crises da sua história. Não dá pra agir do jeito que o Lula está agindo, cometendo esses erros crassos e gigantescos de diplomacia internacional. Isso pode custar caro a todos nós brasileiros”, afirmou.
Cobrança aos Poderes
Mauro ainda cobrou posicionamento dos presidentes da Câmara e do Senado. “Se houver omissão, o presidente da Câmara e do Senado precisam assumir esse protagonismo, bater no peito e procurar o governo americano. Porque nós governadores representamos nossos respectivos estados, mas o Congresso Nacional representa a nação brasileira e é o maior Poder que existe nesse país”, opinou.
O MT Econômico traz a seguir um resumo do impacto o “Tarifaço” de Trump pode gerar na economia.
Mato Grosso em alerta: produção de carne e soja ameaçada
O agronegócio, principal motor da economia estadual, está na linha de frente dos impactos. A Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja‑MT) alerta que o “tarifaço” pode desencadear recessão, desemprego e aumento nos custos de produção. O contexto é agravado pela dependência de insumos importados, como diesel, maquinário e químicos, cujo preço tende a subir com a alta de tarifas, pressionando o preço final dos alimentos.
Exportações de carne bovina em xeque
Ameaçadas diretamente, as exportações de carne bovina — que somaram 39 mil toneladas em 2024 — enfrentam riscos expressivos. A Fiemt registra que cinco dos seis principais produtos exportados pelos mato-grossenses aos EUA terão sua competitividade severamente comprometida. A queda na demanda externa pode provocar reflexos na prestação de contas do setor, forçando reestruturação industrial.
Resistência e alternativas
Reação imediata: o governo brasileiro já acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC), solicitando consultas formais contra o tarifão norte-americano, acusando os EUA de violar normas comerciais básicas.
Além disso, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Mapa intensificará a abertura de novos mercados, em especial nos países árabes, sul-asiáticos e outras economias emergentes, como estratégia de diversificação. Desde 2023, já foram iniciadas 391 negociações de abertura comercial.
Apesar da crise, economia brasileira mostra resiliência
Economistas, relatados pela Reuters, avaliam que o impacto geral na economia brasileira tende a ser limitado. Isso se deve à diversificação de parceiros comerciais — a China agora responde por 28% das exportações, enquanto os EUA alcançam apenas 12% — e às isenções tributárias concedidas a cerca de 45% dos itens exportados. A estimativa de queda no PIB é de apenas 0,15 ponto percentual.
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