A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) apresentou o Plano Estadual de Fertilizantes, que busca o fim da dependência da importação de fertilizantes para a produção agrícola do Estado.
Por ser o maior produtor agrícola do Brasil, Mato Grosso é também o maior consumidor do insumo, o que faz do Estado severamente dependente das importações. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que de janeiro a maio desse ano, por exemplo, o agro mato-grossense comprou mais de US$ 923 milhões em adubos e fertilizantes, cifras que representam 81% de toda a importação realizada no período, por Mato Grosso.
Entre as ações propostas estão estímulos para implantação de uma indústria local de fertilizantes, exploração de jazidas de fosfato, produção de fertilizantes nitrogenados e estímulo de estudos para outras fontes de potássio, minerais, calcários e bioinsumos no Estado.
A redução da dependência da importação de fertilizantes é um desafio nacional. O governo Federal e todos os estados estão desenvolvendo formas de estimular a produção do País até 2050.
A superintendente de Agronegócios e Crédito da Sedec, Linacis Silva, destacou que Mato Grosso tem potencial para desenvolver a indústria de nitrogenados, especialmente a produção de ureia. Estudo da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) apontou que a medida é possível em razão do gás natural proveniente da Bolívia, que chega a Cuiabá por ramais. Ele é um insumo essencial para a produção de ureia. Além disso, há a opção de incorporar uma planta de metanol para atender à cadeia de biocombustíveis.
Ela apontou ainda que, como o terceiro maior estado do Brasil – em extensão territorial – Mato Grosso possui potencial para encontrar novas jazidas de fosfato ou potássio através de estudos geológicos.
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“Destaca-se o projeto em Mirassol D’Oeste, com uma reserva de 314 milhões de toneladas de fosfato, possibilitando a implantação de uma fábrica de fertilizantes fosfatados usando tecnologia nacional. Além disso, outras reservas de fosfatos minerais e calcários encontrados no Estado podem suprir a produção agropecuária local”, comentou.
Além disso, o Plano Estadual de Fertilizantes tem potencial para atrair investimentos para a instalação de indústrias de cadeias emergentes, como organominerais e bioinsumos no Estado, que contribuirá para com a produção agropecuária, com redução dos custos de aquisição e logística.
Ainda, avanços na pesquisa de fertilizantes possibilitam produtos de melhor qualidade e mais acessíveis, resultando em benefícios para a agricultura.
Outro ponto abordado no Plano Estadual de Fertilizantes é a criação de um Centro de Excelência com foco na sustentabilidade agroambiental e eficiência agronômica. A estrutura visa apoiar e incentivar pesquisadores locais no desenvolvimento de novas tecnologias. O objetivo é atender ao mercado e aos produtores rurais, otimizando a produção e o uso eficiente de fertilizantes, além de realizar pesquisas para adaptar os fertilizantes às condições tropicais.
“Ao reduzir a dependência de importações, aproveitar os recursos locais e diminuir os custos de produção agrícola, o Estado poderá fortalecer sua economia e sociedade. Além disso, a melhoria da qualidade dos solos promoverá uma agricultura mais sustentável e produtiva. Com isso, Mato Grosso estará no caminho do desenvolvimento econômico e social sustentável”, finalizou a superintendente de Agronegócios e Crédito da Sedec.
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