A expansão de ferrovias em Mato Grosso deve impulsionar o escoamento de grãos para os portos do Brasil e baratear o custo do frete aos produtores de soja e milho. O Estado deve receber cerca de R$ 12 bilhões de investimentos e 700 km de extensão de trilhos.
A construção da Ferrogrão deverá ter início em até seis meses, após emissão da licença ambiental de instalação. O Governo do Estado publicou edital de chamamento público no último dia 19 de julho e a empresa vencedora terá prazo de 45 dias para operar.
O grupo vencedor da concorrência terá outorga de serviços por 45 anos e ainda a possibilidade de compartilhamento de exploração, ou seja, o transporte de cargas e passageiros poderá ser realizado por uma concorrente, após a conclusão do serviço.
O maior trecho estende os trilhos de Rondonópolis a Cuiabá. A obra deverá começar até seis meses após a declaração do vencedor da licitação, estimada até o primeiro bimestre de 2022. Esse trecho deve ser entregue até 2025. O segundo trecho, que é maior e vai de Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, terá prazo pra entrega até 2028.
Outra ferrovia que deve ser implantada em Mato Grosso, segundo informações do Ministério da Infraestrutura, é a Ferrovia de Integração Oeste (Fico), que promete ligar o município de Água Boa aos trilhos da Ferrovia Norte-Sul, na altura de Mara Rosa, em Goiás, num total de 383 km. O valor da obra é avaliado em R$ 2,7 bilhões.
Esse modal pretende escoar a produção de soja e milho daquela região, que é uma das maiores produtoras de soja do Brasil, em direção aos principais portos do país. Em 2025, é estimado que a ferrovia atenda uma demanda de 13 milhões de toneladas.
Já a Ferrogrão, que ligará o município de Sinop ao porto de Miritituba, no Pará, tem extensão de 933 km. Quando concluída, a ideia é que ela tenha alta capacidade de transporte e competitividade no escoamento da produção pelo Arco Norte, papel hoje desempenhado pela BR-163.
Dados do Governo Federal apontam que a ferrovia terá capacidade para transportar, inicialmente, 42 milhões de toneladas. A princípio, o modal deve ajudar a escoar milho, soja e farelo de soja. No futuro, a intenção é transportar óleo de soja, fertilizantes, açúcar, etanol e derivados do petróleo.